Jornal do Brasil
RIO - Depois de quatro dias de votação, os partidos de centro-direita ganharam terreno nas eleições para o Parlamento da União Europeia (UE), onde 736 cadeiras estão em jogo.
De acordo com pesquisas de boca-de-urna, na Alemanha o maior país dos 27 membros da União Europeia (UE) com 99 eurodeputados os conservadores representados pela chanceler Angela Merkel lideraram com 38% dos votos. Já os social-democratas tiveram seu pior resultado, com quase 20%.
Na França, que mantém 72 deputados na Eurocâmara, o partido de direita do presidente Nicolas Sarkozy, UMP, também venceu, com aproximadamente 27%, segundo pesquisas. Os socialistas tiveram apenas 17%, aprofundando a divisão da oposição francesa.
Na Itália, o primeiro-ministro Silvio Berlusconi também triunfou, apesar da péssima situação econômica do país e dos escândalos que mancharam seu nome nas últimas semanas. Único líder de um grande país europeu a se apresentar como cabeça da lista de seu partido, Berlusconi obteve ontem entre 39% e 43% dos votos, segundo pesquisa do instituto IPR. É provável que seu partido Povo da Liberdade (PDL) alcance o objetivo imposto pelo premier italiano de superar os 40%. A eleição finalizada ontem é usada por Berlusconi como uma espécie de termômetro para medir sua popularidade, depois de escândalos conjugais e judiciais que dominam as manchetes atualmente.
O opositor partido conservador austríaco também saiu na frente com 29,6%, seguido do governista social-democrata, que teve 24,7%, segundo estimativas da televisão nacional ORF.
Na Bulgária, na Hungria e na Eslovênia, pesquisas de boca-de-urna também indicam vitória da direita.
Somente na Grécia e na Dinamarca os eleitores haviam votado majoritariamente na oposição. A Grécia, inclusive, está entre os países em que se espera que eleitores usem o voto para protestar contra o governo. A expectativa é de que isso aconteça também na Espanha, na Hungria, na República Tcheca e na Grã-Bretanha, onde se aguarda com ansiedade o resultado do pleito, que pode afetar diretamente a política nacional, depois da crise em que membros do alto escalão do governo renunciaram devido a escândalo envolvendo gastos pessoais de parlamentares.
No quarto e último dia eleitoral foram às urnas cidadãos da Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária, Dinamarca, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Itália, Lituânia, Luxemburgo, Polônia, Portugal, Romênia e Suécia. Além dos 19 países que votaram ontem, outros oito votaram nos dias anteriores, entre eles Grã-Bretanha e Irlanda.
Comparecimento
Números preliminares da eleição sugerem que o pleito foi marcado pelo menor comparecimento já registrado na História, com a presença de apenas 43,24% dos 375 milhões de eleitores. O comparecimento dos eleitores vem caindo desde a primeira eleição direta para o Parlamento, há 30 anos. Em 1979 o comparecimento ficou próximo dos 62% dos eleitores. A abstenção recorde de 56,99% representa uma baixa para o órgão.