Ross Colvin e David Alexander, REUTERS
COLLEVILLE-SUR-MER, FRANÇA - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, prestou homenagem aos heróis do Dia D neste sábado, dizendo que o desembarque nas praias da Normandia há exatos 65 anos ajudou a salvar o mundo do mal e da tirania.
Falando a veteranos, Obama disse que a Segunda Guerra Mundial representa um momento especial na história, no qual as nações lutaram juntas para enfrentar uma ideologia assassina.
"Vivemos em um mundo de crenças rivais e versões sobre o que é verdade". afirmou Obama. "Nesse mundo, é raro surgir uma luta que fale algo universal sobre a humanidade. A Segunda Guerra Mundial fez isso."
A visita dele à Normandia veio no fim de uma rápida viagem por Arábia Saudita, Egito, Alemanha e França, na qual tentou se aproximar do mundo muçulmano e pressionou pela paz entre Israel e os palestinos.
Falando em um gigantesco cemitério militar norte-americano em Colleville, onde estão 9.387 soldados dos EUA, Obama declarou que a guerra contra a Alemanha nazista abriu o caminho para anos de paz e prosperidade.
"Não podíamos saber na época, mas muito do progresso que definiria o século 20, em ambos os lados do Atlântico, se resumia à batalha por um pedaço de praia de apenas seis milhas de comprimento e duas milhas de largura", disse ele.
O cemitério de Colleville, com suas séries de cruzes brancas e estrelas de Davi, fica acima da praia de Omaha, onde forças dos EUA em 6 de junho de 1944 sofreram seu maior número de baixas, no ataque às fortes defesas alemãs.
O presidente francês, Nicolas Sarkozy, o premiê britânico, Gordon Brown, e o primeiro-ministro canadense, Stephen Harper, se juntaram a Obama na cerimônia de sábado, realizada sob tempo nublado --muito melhor que os ventos e chuva que marcaram o Dia D.
No seu discurso, Brown disse que a Segunda Guerra Mundial não marcava o fim do sofrimento no mundo e se referiu especificamente a Mianmar, Zimbábue e à pobreza e à fome.
"Como podemos dizer que conquistamos tudo que pretendíamos? A promessa de paz e justiça?", afirmou Brown, que luta por sua sobrevivência política em casa. "Há sonhos de libertação ainda a serem realizados, compromissos ainda a serem honrados."
Em um ato falho que gerou risos, Brown se referiu à "praia de Obama", não à "praia de Omaha". Depois, corrigiu-se.
Obama está tentando reatar os laços com a França e com outros países europeus que foram alienados por seu antecessor, George W.Bush, com sua diplomacia do unilateralismo que levou à invasão do Iraque e a políticas diferentes sobre aquecimento global.