Jornal do Brasil
LÍBANO - Espionar é tão comum em Beirute quanto foi em Viena após a guerra, alega o colunista do Independent Robert Fisk, acrescentando, no entanto, que eventos recentes no Líbano estão ficando cada vez mais misteriosos. Fisk conta que durante as últimas semanas, uma unidade especial da Força de Segurança Interna do Líbano (FSI) prendeu libaneses que, segundo eles, trabalhava como espiões para o governo de Israel.
Há pelo menos 21 homens e uma mulher sob interrogação, e a FSI tem exibido à mídia os sofisticados equipamentos de comunicação israelenses encontrados escondidos em suas casas.
Os detidos incluem um jornalista local do Vale Bekaa e uma autoridade sênior do Exército libanês, um homem que foi ferido por fogo islâmico na batalha de Nahr el-Bared em 2007. A FSI também capturou um general aposentado e sua mulher. O coronel Maurice Diab é um soldado muito respeitado, afirma Fisk, embora oficiais militares dizem que suspeitas foram levantadas há algum tempo quando ele foi enviado para treinamento aos Estados Unidos e lá foi fotografado junto a soldados israeleneses uniformizados.
Para Fisk, está cada vez mais óbvio que a inteligência por trás das detenções e mais de 50 pessoas já foram questionadas é o xiita Hezbollah, melhor amigo da Síria e do Irã no Líbano, lembra.
Será que as autoridades de inteligência do país aderiram aos seus velhos truques de pactuar com o Hezbollah? , questiona Frisk.
Esta não é uma pergunta banal, responde o jornalista, pois Sayyed Hassan Nasrallah, presidente do Hezbollah, já começou a clamar pela execução dos colaboradores libaneses de Israel .