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Peru diz ter boas relações com vizinhos, menos com Bolívia

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REUTERS

LIMA - O Peru tem boas relações com seus vizinhos na América do Sul, com exceção da Bolívia, cujo caso é difícil de administrar devido a um "velho rancor" que o presidente Evo Morales tem contra o país, disse nesta quinta-feira o chanceler peruano, José García Belaunde.

Peru e Bolívia vivem o capítulo mais tenso em suas relações bilaterais em anos após Lima ter concedido asilo na semana passada a três ex-ministros bolivianos acusados de genocídio e de crimes econômicos, mas que alegam ser perseguidos políticos em seu país.

Como reação a esta decisão, Morales disse considerar denunciar o Peru na Corte Internacional de Justiça em Haia e que avalia romper relações diplomáticas.

- Pelos antecedentes, há um velho rancor do presidente Morales em respeito ao Peru que ele manifestava desde que era deputado - disse García Belaunde à rádio local RPP.

O chanceler também respondeu a críticas de opositores locais que afirmam que o Peru estaria se "isolando" diplomaticamente de seus vizinhos, ao mesmo tempo em que também mantém uma disputa legal com o Chile em Haia por uma diferença histórica sobre seus limites marítimos.

- Não se pode falar que o Peru está isolado, que não tem inimigos ao redor, há uma relação complicada de administrar que é o caso da Bolívia - acrescentou o ministro.

Mas as críticas referentes ao manejo diplomático peruano aumentaram após o chanceler chileno, Mariano Fernández, dizer na quarta-feira que seu país tomaria a dianteira no tema de litígio, após coincidir em um dos temas-chave da posição chilena com seu colega equatoriano, Fander Falconí.

O Equador, por sua parte, disse que manterá uma posição de independência sobre a disputa entre Chile e Peru, mas abriu a possibilidade de intervir no processo para defender seus interesses.

García Belaunde afirmou também que a relação com o Equador é "extraordinária" e que o problema com o Chile está "canalizado na corte".

O chanceler disse ainda que a relação com a Colômbia "não pode ser melhor" e que com o Brasil os laços estão ganhando muita consistência em base de "muito negócio e muito investimento".

(Por Jean Luis Arce)