Agência ANSA
CIDADE DO MÉXICO - O governo mexicano calcula que a situação de emergência causada pela epidemia de gripe suína que afeta o país poderá durar três meses e reduzir de 0,3 a 0,5% o Produtor Interno Bruto (PIB).
Até o momento, há no México 99 pessoas contaminadas pelo vírus da gripe suína, o H1N1. A doença já matou 8 infectados no país, sendo que outros 159 óbitos estão sendo investigados.
Em uma entrevista para a rede local de televisão Televisa, o ministro da Fazenda mexicano, Agustín Carstens, garantiu que "a economia poderá se recuperar rapidamente" diante das perdas causadas pelas medidas de prevenção.
Ontem, o governo mexicano suspendeu as atividades consideradas "não essenciais", como medida de prevenção à doença. Não poderão funcionar entre os dias 1 e 5 de maio nenhuma escola, restaurante, bar, discoteca ou escritórios públicos.
Nesta manhã, em uma coletiva de imprensa, Carstens disse que "não há dúvidas" de que uma epidemia causada pelo vírus H1N1 causará um impacto negativo na economia do país.
- Trata-se de um evento adicional, independente à crise econômica mundial - expôs o ministro, relembrando que a gripe aviária (2005) causou prejuízos à economia dos países orientais, como China, Hong Kong e Taiwan.
Carstens assegurou, por outro lado, que o México possui recursos econômicos para suportar as emergências na área da saúde, além dos prejuízos causados pelo fechamento destes estabelecimentos.
- Se fomos efetivos com as medidas e conseguirmos romper o ciclo reprodutivo do vírus, creio que a parte crítica da epidemia poderá ser combatida antes - afirmou o ministro, ressaltando que "as coisas estão tendendo a se estabilizar e há possibilidades boas de que isto está melhorando".
De acordo com o prefeito da Cidade do México, Marcelo Ebrard, não está ocorrendo mais um "crescimento excepcional" dos contágios na capital, área mais afetada pela doença. "Estamos caminhando para uma fase de estabilização", concluiu Ebrard.
Ontem, a Organização Mundial da Saúde (OMS) elevou para cinco o nível de alerta, em uma escala que vai até seis. Tal índice corresponde quando há uma pandemia iminente e contaminação em dois países da mesma região. O nível seis vale quando há oficialmente uma pandemia.
Atualmente são 14 os países que já detectaram casos da doença. No Japão, foi anunciado o primeiro exame em uma mulher proveniente dos Estado Unidos, com sintomas da gripe. Aproximadamente 20 países estão analisando casos suspeitos de contaminação, como Austrália, com 114 pacientes, Colômbia, com 59, e França, com 7.
A gripe suína é uma doença causada pelo vírus influenza A, chamado de H1N1. O vírus poder ser transmitido de pessoa para pessoa e causa febre superior a 39ºC, tosse, vômitos, diarréias e dores musculares.