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Itália não aceita políticas antissemitas contra Israel, diz Senado

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Agência ANSA

ROMA - O presidente do Senado italiano, Renato Schifani, justificou nesta quarta-feira a decisão do país de boicotar a Conferência sobre o Racismo da Organização das Nações Unidas (ONU).

Segundo ele, a Itália não foi à reunião, realizada em Genebra há uma semana, porque "não aceita nenhuma manobra política antissemita" contra Israel.

Schifani discursou na cerimônia que lembrou o 61º aniversário de Israel em Roma. Ao lado do embaixador israelense, Gideon Meir, ele disse ter ficado orgulhoso com a decisão italiana, que também foi tomada por países como Estados Unidos, Canadá, Austrália, Alemanha e Holanda.

Tais governos decidiram não participar da conferência, também chamada de Durban II, por terem discordado do rascunho da declaração que seria difundida ao final do evento e também em protesto contra a presença do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad.

Dias antes do início da reunião, o chanceler italiano, Franco Frattini, já havia dito que o país não participaria porque o texto prévio do comunicado apresentava "frases agressivas de conteúdo antissemita".

Nesta quarta-feira, ao falar sobre a situação do Oriente Médio e a questão palestina, Schifani disse que o governo italiano continua se empenhando para buscar uma solução de "dois povos livres em dois Estados livres".

Além disso, ressaltou a importância de trabalhar pela segurança na região, "um elemento fundamental para todos os cidadãos" que vivem nela.

O embaixador israelense, por sua vez, agradeceu a Schifani por sua "coragem e amizade" e elogiou o presidente italiano, Giorgio Napolitano, definindo-o como "símbolo e modelo da postura italiana contra os fenômenos do antissemitismo, do racismo e da xenofobia".

O diplomata também agradeceu "a Napolitano e ao povo italiano por estarem solidamente ao lado da justiça natural e da liberdade".

Já o prefeito de Roma, Gianni Alemanno, destacou em seu discurso que "a existência do Estado de Israel não está em discussão".

- Este não é só um dia comemorativo, mas também fortemente político, porque ainda hoje existem ameaças e problemas que são criados em nível internacional sobre o Estado de Israel - lembrou Alemanno.