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Netanyahu nomeia governo e oferece paz a palestinos

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Jeffrey Heller, REUTERS

JERUSALÉM - Benjamin Netanyahu submeteu seu governo de tendência direitista à aprovação parlamentar nesta terça-feira e assegurou a líderes palestinos que a paz com Israel é possível.

Netanyahu, cujo partido de direita Likud está à frente da coalizão negociada após a eleição de 10 de fevereiro, também criticou o Irã e o "islamismo extremista" por ameaçar a existência do Estado judeu.

- O maior perigo para a humanidade e para o nosso Estado de Israel vem da possibilidade de um regime radical se munir de armas nucleares - afirmou ele, numa referência indireta ao Irã.

Em seu retorno ao poder 10 anos após cair como primeiro-ministro, Netanyahu listou o seu ministério, que inclui o ultranacionalista Avigdor Lieberman como ministro das Relações Exteriores. As políticas do agora chanceler voltadas aos árabes israelenses têm preocupado a comunidade internacional.

Esperava-se que o Parlamento aprovasse as indicações após um debate que deveria durar algumas horas.

- Digo à liderança palestina que, se vocês realmente querem a paz, nós podemos alcançar a paz - disse Netanyahu à sessão do Knesset que foi interrompida por manifestações de parlamentares árabes e de esquerda.

Ele propôs negociações em "três vias paralelas, econômica, diplomática e de segurança" com a Autoridade Palestina.

Ao descrever um acordo final de paz sob o qual palestinos comandariam seus próprios negócios, Netanyahu não fez nenhuma menção específica ao estabelecimento de um Estado palestino - demanda-chave do presidente Mahmoud Abbas e apoiada por Washington.

O pacto da coalizão que une os diversos partidos, no entanto, contém a promessa de respeitar os acordos internacionais de Israel, uma fórmula que inclui a concordância com um Estado palestino.

- Sob um acordo permanente, os palestinos terão toda a autoridade necessária para governar eles mesmos, à exceção daqueles que ameaçariam a existência e a segurança de Israel - afirmou ele.

ROTA DE COLISÃO

Qualquer coisa menos do que um compromisso explícito com a chamada solução de dois Estados ao conflito entre israelenses e palestinos pode colocar Netanyahu em rota de colisão com Washington e a União Européia.

Autoridades palestinas dizem que Netanyahu precisa aprovar claramente a solução para que as negociações de paz, atualmente paralisadas, tenham sucesso.

Ele tem dito que quer centralizar as negociações na revitalização da economia palestina na Cisjordânia e não em questões territoriais que têm barrado o progresso nas discussões.

Netanyahu, assim como seu antecessor, Ehud Olmert, disse que Israel não vai tolerar que o Irã obtenha armas por meio de seu programa nuclear. O Irã nega que tenha como objetivo desenvolver esse tipo de arma. Acredita-se que Israel seja atualmente a única potência nuclear do Oriente Médio.