Jornal do Brasil
DA REDAÇÃO - Representantes de 72 nações se reúnem para discutir a atual situação no Afeganistão incluindo pontos como a segurança regional, o vizinho Paquistão em encontro de onde deve sair um acordo internacional sobre o país asiático.
A conferência, que tem início terça-feira na cidade holandesa de Haia, trará representantes de vizinhos regionais de Cabul, como Irã, além de todas os países que contribuem com tropas para a força liderada pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) para lutar contra os insurgentes talibãs em território
afegão , adiantou o enviado americano especial para Afeganistão e Paquistão Richard Holbrooke. A conferência será aberta pelo secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Ban Ki-moon, e pelo presidente afegão, Hamid Karzai.
Temos grandes expectativas alegou ontem Karzai ao chegar a Haia. Tenho certeza de que encontraremos apoio para o Afeganistão... e juntos, nosso país e a comunidade internacional se esforçarão para cumprir essa traje-
tória juntos.
Reunião
Com o encontro programado para durar no máximo sete horas, incluindo o horário de almoço, a expectativa é que poucos países possam oferecer análises mais profundas ou mesmo opinar sobre os futuros rumos do país. Ainda assim, o foco do encontro deverá ser em cima da revisão da estratégia afegã no contexto regional.
A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, é esperada para comentar e esquematizar a já anunciada política do governo de Barack Obama para a região. Na semana passada, o presidente americano anunciou que enviará um contigente de 4 mil soldados para se juntar aos 17 mil já presentes em solo afegão. Grupos civis americanos ligados ao governo também deverão ser enviados.
A presença da conferência organizada pela ONU, admitiu Holbrooke, é fundamental para trazer paz ao país.
Como podemos falar em Afeganistão e excluir um dos países que faz fronteira, que é um Estado vizinho? levantou o enviado americano. Para nós parece a coisa mais lógica do mundo. A presença do Irã á óbvia.
Perguntado por jornalistas se a presença do Irã na reunião significa uma mudança na relação com os Estados Unidos, Holbrooke se recusou a comentar. No início do mês, Obama havia falado em um novo começo nas relações entre Washington e a república islâmica.
Logo que chegou, Hillary disse esperar que o Irã tenha um desempenho positivo no que diz respeito a um consenso entre os presentes em Haia.
Em Bruxelas, o secretário-geral da Otan, Jaap de Hoop Scheffer alertou os aliados europeus a não se lamentarem sobre a americanização da missão no Afeganistão caso a aliança ocidental venha a falhar.
Scheffer descartou a ideia de retirar as tropas do Afeganistão em breve, e acrescentou que a nova estratégia dos Estados Unidos para o país é realista.