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Chávez defende aliança com países árabes antes de ir a cúpula no Catar

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Agência ANSA

CARACAS - O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse nesta segunda-feira que a Segunda Cúpula América do Sul-Países Árabes (Aspa), realizada no Catar e da qual ele participa nesta terça-feira, permitirá fortalecer a "aliança entre países árabes e latino-americanos".

- Independentemente das ideologias, é necessário avançar na direção de uma aliança entre países árabes e latino-americanos, reforçando as relações entre os dois blocos - disse Chávez antes de embarcar para Doha, cidade que abriga a reunião.

Segundo fontes de Caracas, a crise econômica internacional será um dos principais temas da pauta do encontro, que terá também a presença dos presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, da Argentina, Cristina Kirchner, e do Chile, Michelle Bachelet.

Ao todo, participam autoridades dos 22 membros da Liga Árabe e de 12 países da América do Sul. A primeira edição do evento ocorreu em maio de 2005 em Brasília. A Aspa tem como objetivo intensificar o comércio entre as duas regiões.

Israel

Em uma entrevista concedida à emissora de televisão árabe Al Jazeera, Chávez afirmou que não pretende restabelecer relações diplomáticas com Israel até que autoridades de Tel-Aviv reconsiderem sua postura em relação à Faixa de Gaza.

- Se ocorresse algo de verdade e que fosse positivo, pensaríamos. Mas não se visualiza nenhum horizonte para restabelecer relações - explicou. - O sofrimento do nosso povo é o sofrimento também do povo palestino.

Os vínculos diplomáticos estão rompidos desde o dia 6 de janeiro, quando o presidente venezuelano expulsou do país o embaixador israelense, Schlomo Cohen, em protesto contra a operação realizada por Israel em Gaza entre dezembro e janeiro, que deixou 1.300 palestinos mortos.

Chávez falou também das relações com o Irã, país que visitará entre quinta e sexta-feira e que definiu como "um dos melhores amigos da Venezuela".

- A amizade com o Irã vem sendo construída a partir do zero, porque no início de nossa revolução havia um desconhecimento quase absoluto sobre o grande desenvolvimento da nação iraniana - enfatizou.

O mandatário afirmou ainda que os avanços nas parcerias bilaterais com Teerã são uma demonstração da importante cooperação Sul-Sul.

- A República Islâmica do Irã, generosamente e por vontade política de seu governo, decidiu ajudar a Venezuela a obter e potencializar a independência tecnológica - ressaltou.

Atualmente, Irã e Venezuela mantêm 74 projetos conjuntos de desenvolvimento industrial. Em Teerã, Chávez será recebido pelo presidente Mahmoud Ahmadinejad e deverá anunciar oficialmente a criação de um banco e de um fundo binacionais de investimentos.

De acordo com o ministro de Indústrias Básicas e Mineração da Venezuela, Rodolfo Sanz, ambas as instituições deverão ter um capital de US$ 1,6 bilhão. O aporte inicial será de US$ 200 milhões, divididos em partes iguais.

Depois do Irã, Chávez viajará ainda ao Japão