Jornal do Brasil
RIO - Israel e a Autoridade Nacional Palestina elogiaram a nomeação do ex-senador George Mitchell como novo enviado especial dos EUA para o Oriente Médio. O presidente Barack Obama informou que Mitchell chegará à região o mais rápido possível para assegurar um cessar-fogo duradouro e sustentável em Gaza.
Apesar dos pedidos do presidente americano pela abertura dos postos na fronteira da Faixa de Gaza para que ajuda humanitária possa chegar à região e o comércio fluir, Israel se recusa a reabrir suas passagens fronteiriças com o território palestino por enquanto, pois pretende usar isso na mesa de negociações para a libertação do soldado Gilad Shalit, capturado pelo Hamas em 2006, afirmou o Financial Times, citando um funcionário israelense.
Israel está preparando sua defesa contra as acusações de crimes de guerra após a ofensiva na Faixa de Gaza, apesar de as chances de uma ação jurídica serem remotas.
Fotos aéreas e documentos filmados por soldados em campo equipados com câmaras de vídeo, durante os combates, estão sendo reunidos para reforçar a tese israelense segundo a qual os bombardeios eram legalmente justificados.
O UNRWA, Amnesty International e médicos estrangeiros presentes em Gaza acusaram o exército israelense de utilizar bombas de fósforo nas zonas habitadas, o que viola as convenções internacionais.
A Bolívia, a Federação Internacional dos Direitos Humanos e um grupo de advogados também já anunciaram que queriam acionar a Corte Penal Internacional (CPI), competente em casos de crimes de guerra e contra a humanidade.
Mas, segundo especialistas jurídicos, estas perseguições têm pouca chance de ocorrer, porque o Estado hebreu não é assinante do Estatuto de Roma que criou a jurisdição.