Jornal do Brasil
RIO - O embaixador brasileiro na Colômbia, Valdemar Carneiro Leão Neto, afirmou nesta sexta-feira que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai fornecer a logística do processo de libertação de seis reféns das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), anunciada em dezembro e que ainda não tem data definida.
O Brasil foi solicitado para cuidar dos meios logísticos desta operação. Sempre manifestamos interesse em ajudar, e quando nos solicitaram dissemos à Cruz Vermelha que sim, desde que o governo colombiano tivesse consentimento prévio disse Carneiro.
O diplomata enfatizou que a libertação de Alan Jara, ex-governador do departamento (estado) de Meta, do ex-deputado Sigifredo López, de três policiais e de um militar, que foi anunciado unilateralmente pelas Farc em dezembro, é uma operação sob responsabilidade da Cruz Vermelha Internacional.
Carneiro informou que a Aeronáutica do Brasil cederá dois helicópteros para a operação, mas garantiu que o país não será mediador no processo de libertação. Consultado sobre o tema, o ministro da Defesa, Juan Manuel Santos, se manifestou complacente com o envolvimento do Brasil.
Nós estamos prontos, só nos dêem as coordenadas para facilitar essa libertação disse Santos.
Em um primeiro momento, o presidente Álvaro Uribe se disse contra intervenções internacionais. A atitude das Farc procura evitar a repetição do episódio em que o emblema da Cruz Vermelha foi utilizado ilegalmente pelo exército colombiano no resgate de 15 reféns, entre eles Ingrid Betancourt.