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BERLIM - A Síria está pronta para cooperar com o presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, e quer que ele se envolva seriamente no processo de paz do Oriente Médio, afirmou o presidente do país, Bashar al-Assad, a uma revista alemã.
Em uma entrevista à Der Spiegel publicada no sábado, Assad também expressou cautela sobre as relações futuras entre os dois países e disse que preferia conversar sobre esperanças a expectativas.
O vínculo entre o Ocidente e a Síria foi enfraquecido pelas acusações dos EUA de que o país muçulmano fechou os olhos para os combatentes islâmicos infiltrados no Iraque. Em 2004, Washington impôs sanções à Síria por amparar grupos antiamericanos na região.
A Síria, no entanto, recuperou um grau de aprovação na Europa após ter apoiado um pacto de paz com o Líbano, estreitando laços diplomáticos com o país vizinho depois de tê-lo dominado durante anos.
Ao ser perguntado se ele esperava que a cooperação fosse mais fácil com Obama, Assad respondeu:
- Eu prefiro falar de esperanças a expectativas. O governo de Bush fez duas guerras. A situação mundial se deteriorou nos últimos oito anos em todos os sentidos. Tudo piorou, incluindo os desenvolvimentos econômicos. O novo governo dos EUA deve se envolver seriamente no processo de paz. Nós devemos ajudar, junto com os europeus.
Respondendo a um comentário feito por Der Spiegel de que Obama pode pedir à Síria para deter o Irã na construção de uma bomba nuclear, Assad disse:
- Nós gostaríamos de contribuir com a estabilização da região. Mas nós devemos ser incluídos, não isolados como temos sido até agora. Nós estamos prontos para qualquer tipo de cooperação - afirmou.
Assad também afirmou na entrevista, a qual foi realizada na quinta-feira, que tem tido uma postura ativa nas sugestões para ajudar a resolver o conflito em Gaza.
Ele acrescentou que várias autoridades européias tentaram se comunicar com o Hamas.
- Os europeus aprenderam. É por isso que eles estão em contato com o comando do Hamas aqui em Damasco - claro que não publicamente. Eu não citarei nomes, mas alguns são as pessoas que denunciaram o Hamas - revelou Assad.