Agência ANSA
CARACAS - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou na noite dessa quinta a Maracaibo, Venezuela, onde se reúne nesta sexta-feira com seu par venezuelano, Hugo Chávez.
Lula, que antes esteve na Bolívia para a inauguração de um trecho do corredor biocêanico, aterrissou na base aérea Rafael Urdaneta às 22h locais (23h de Brasília), onde foi recebido por uma delegação do país, liderada pelo chanceler Nicolas Maduro.
Hoje, os dois presidentes têm marcada uma reunião para discutir acordos e analisar projetos bilaterais nas áreas de energia, indústria, agricultura, habitação e financeira, além da construção de uma refinaria binacional em Pernambuco.
Lula e Chávez devem discutir ainda questões referentes à integração fronteiriça e à incorporação plena da Venezuela ao Mercosul. Em 2008, Brasil e Venezuela aumentaram, pelo quinto ano consecutivo, suas trocas comerciais atingindo os US$ 5,6 bilhões.
Ontem, o presidente realizou uma visita de um dia à Bolívia, onde se reuniu com seu par Evo Morales, além de participar da inauguração dos trechos Arroyo Concepción - El Carmen e El Carmen - Roboré do corredor bioceânico, uma iniciativa dos dois países junto ao Chile.
O principal tema do encontro, porém, foi o gás. O presidente garantiu que o Brasil continuará comprando gás boliviano. "O presidente Evo tem sido fiel à sua palavra de que nunca faltará gás para o Brasil. Por isso, digo e repito que não faltarão investimentos e consumidores brasileiros para essa riqueza do povo boliviano", disse Lula.
Morales, por sua vez, reiterou: "sempre haverá gás para o Brasil".
Há uma semana, os dois países assinaram um novo acordo, com o qual o Brasil, que antes importava 30 milhões de metros cúbicos por dia, passa a adquirir 25 milhões de metros cúbicos. A diminuição se deve à redução na demanda do combustível no país.
O presidente brasileiro também confirmou as especulações, de que iria ao país vizinho ratificar seu apoio ao colega a apenas uma semana do referendo sobre a nova Constituição do país, proposta por Morales.
- Tenho convicção de que o referendo sobre a nova Constituição será um passo decisivo para a refundação democrática que está em curso na Bolívia - disse Lula.