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Itália volta a pedir que Brasil reveja decisão sobre refúgio político

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Agência ANSA

PRAGA - O ministro da Justiça italiano, Angelino Alfano, declarou nesta sexta-feira que a Itália pedirá novamente que o Brasil reveja a decisão de dar refúgio político ao ex-militante de extrema-esquerda Cesare Battisti, condenado pela Justiça italiana à prisão perpétua.

- Nos primeiros dias da próxima semana, apresentaremos a nossa solicitação de revisão ao governo brasileiro, porque não consideramos justa esta decisão e acreditamos que o Brasil deva levar em conta que a Justiça italiana diz que [Battisti] é um assassino - declarou Alfano, em Praga, onde participa de uma reunião informal dos ministros da Justiça da União Europeia.

Alfano acredita que tratar Battisti como um refugiado político 'é uma grave ofensa à Itália e um grave gesto de desconfiança em relação ao sistema judiciário [italiano], pois os homicídios de Battisti não têm nada de político'.

Nesta semana, o ministro da Justiça do Brasil, Tarso Genro, concedeu status de refugiado político ao escritor e ex-ativista Cesare Battisti, condenado na Itália em 1993 à prisão perpétua por quatro assassinatos que teriam sido cometidos na década de 1970, quando liderava o grupo de extrema-esquerda Proletários Armados pelo Comunismo (PAC).

O ministro brasileiro argumenta que sua decisão foi baseada na 'existência fundada de um temor de perseguição' contra Battisti, que alega inocência. Com a medida, Battisti ganha o direito de morar e trabalhar no Brasil, e não pode ser extraditado, como pede a Justiça italiana.