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WASHINGTON - O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, disse nesta sexta-feira que o programa nuclear iraniano continua a representar uma ameaça à paz e que os Estados Unidos não vão permitir que o Irã desenvolva uma arma nuclear.
Segundo Bush, o Ocidente ofereceu incentivos diplomáticos e econômicos ao Irã em troca da suspensão do enriquecimento de urânio e do apoio de Teerã a um programa civil de geração de energia nuclear.
As declarações foram feitas pelo presidente em um discurso, divulgado pela Casa Branca, que será pronunciado por Bush no Fórum Saban, nesta sexta.
- Enquanto o Irã não aceitar essas ofertas, deixamos nossa posição clara: pela segurança de nosso povo e pela paz no mundo, a América não vai permitir que o Irã desenvolva uma arma nuclear - disse Bush.
Para o presidente norte-americano, embora haja bons sinais de reformas políticas, econômicas e sociais no Oriente Médio, ainda há grandes desafios.
- O Irã e a Síria continuam a patrocinar o terror, o enriquecimento de urânio no Irã continua a ser uma grande ameaça à paz e muitas pessoas na região ainda vivem oprimidas - disse.
Bush defendeu sua decisão de atacar o Iraque em março de 2003 e derrubar Saddam Hussein, dizendo que, depois dos ataques de 11 de setembro de 2001, os Estados Unidos não podiam se arricar, pois Bagdá representava uma ameaça na época.
- Isso é verdade, eu disse muitas vezes, que Saddam Hussein não tem ligação com os ataques de 11 de setembro - afirmou.
Mas, para Bush, depois que quase 3 mil pessoas morreram nos ataques em Nova York, os Estados Unidos tinham de decidir se iriam tolerar um inimigo que apoiava o terrorismo e supostamente tinha armas de destruição em massa.
- E esse era um risco que nós não podíamos correr.
As armas de destruição em massa nunca foram encontradas no Iraque depois da invasão e isso é considerado uma enorme falha de inteligência. Em uma recente entrevista na televisão, Bush disse que as falhas da inteligência em relação ao Iraque são o maior arrependimento da sua Presidência.
- Quando o regime de Saddam caiu, nós nos recusamos a escolher a opção mais fácil e colocar um homem forte, mas amigo, no lugar dele - disse. - Apesar disso requerer um sacrifício enorme, nós ficamos ao lado do povo iraquiano quando eles elegeram seus próprios líderes e construíram uma nova democracia.
Ele reconheceu que os esforços nem sempre correram de acordo com os planos.
- A luta no Iraque foi mais longa e mais custosa do que o esperado.