Jornal do Brasil
WASHINGTON - Grupos empresariais americanos pressionaram o presidente eleito dos EUA, Barack Obama, a atenuar rapidamente o embargo a Cuba, instituído há cinco décadas, e rever a política de Washington em relação à ilha.
Apoiamos a completa remoção de todas as restrições comerciais e de viagem a Cuba. Reconhecemos que a mudança pode não vir toda de uma vez, mas precisa começar por algum lugar, e precisa começar logo disse o grupo em carta a Obama.
Eles recomendaram que os EUA comecem a discutir com Cuba formas de superar os quase 50 anos de desconfiança mútua, e que autorizem americanos a viajarem para a ilha.
Os empresários recomendaram também que maquinário agrícola e pesado, entre alguns outros produtos, sejam retirados do embargo, como forma de ajudar na reconstrução da infra-estrutura cubana depois dos furacões Gustav e Ike.
O apelo partiu de entidades representativas de quase todos os setores agro-industriais, como Federação Americana da Agricultura, Mesa Redonda Empresarial, Câmara de Comércio dos EUA, Federação Nacional do Varejo e Associação dos Fabricantes de Comestíveis.
Nesta quinta-feira, o primeiro-ministro russo Vladimir Putin disse que os EUA vão perceber rapidamente uma mudança na atitude de Moscou se Obama mudar as políticas de Washington também em relação à Rússia.
Normalmente, quando você tem uma mudança de poder em qualquer país, e ainda mais em uma superpotência como os Estados Unidos, algumas mudanças acontecem disse Putin.
Combate ao terror
Antes mesmo de assumir o cargo, o futuro promotor-geral da Justiça americana, Eric Holder, convocou uma reunião com 12 generais e almirantes aposentados para discutir visadas mudanças nas políticas sobre prisões clandestinas ou extraterritoriais e técnicas de interrogatório. Tanto Obama quanto os veteranos convocados para a reunião têm criticado as práticas de detenção e interrogação sancionadas pelo governo Bush.
Holder participou do encontro na companhia do advogado Greg Craig, ex-assessor do presidente Bill Clinton e futuro conselheiro da Casa Branca, e Mary De Rosa, da equipe de transição do Departamento de Segurança Nacional. O grupo reiterou a necessidade do país adotar um padrão único, transparente e menos polêmico para os interrogatórios e sentenças executadas pela Agência Central de Inteligência e outros tentáculos do governo.
O almirante John Hutson ressaltou a importância de que Obama mostre que não tolerará a tortura, não só porque estas técnicas são ineficientes, mas também porque elas mancham o nome dos EUA, dentro do país e internacionalmente .
Na última semana, o veterano da agência de inteligência John O. Brennan, um dos nomes cotados para chefiar a nova CIA, teve seu nome retirado da disputa depois que virou alvo de críticas. Democratas o acusaram de ter participado do polêmico programa de interrogatório de suspeitos em Guantánamo.
Embora Brennan tenha afirmado ter sido um forte oponente dentro da CIA dos interrogatórios mais brutais, Obama parece ter chegado à conclusão de que a nomeação não valeria a batalha com seus partidários. A difícil tarefa de se desvencilhar do legado de Bush na CIA, mantendo ao mesmo tempo o foco da agência no combate ao terrorismo, dificulta a busca de Obama por um novo candidato.