Jornal do Brasil
RIO - Os tremores balançaram prédios altos, mas não causaram graves danos.
Um terremoto de 5,4 graus atingiu ontem a cidade de Los Angeles, nos Estados Unidos, provocando tremores nos prédios e pequenos danos à infra-estrutura. Há relatos também de algumas pessoas levemente feridas. O sismo começou às 11h42 e foi sentido também em San Diego e Las Vegas.
Houve 10 tremores secundários nos minutos seguintes, incluindo três com intensidade estimada em 3,8 graus.
O epicentro foi registrado em Chino Hills, a cerca de 50 quilômetros a leste de Los Angeles, onde moram 4 milhões de pessoas. O sismo foi superficial, com profundidade de 12,3 km.
Em Los Angeles, cinco pessoas tiveram ferimentos leves. Os prédios altos balançaram durante 10 a 15 segundos e algumas pessoas ficaram presas em elevadores. A prefeitura chegou a ser desocupada.
Já o fornecimento de eletricidade, o movimento nos aeroportos, as duas usinas nucleares do Estado e a telefonia não foram afetados, mas a AT&T disse que houve um forte aumento no tráfego de chamadas.
Nossa análise preliminar é que não houve danos estruturais sérios na cidade de Los Angeles, nem pessoas gravemente feridas declarou o prefeito, Antonio Villaraigosa, à rede CNN.
Em Sacramento, o serviço de emergência registrou rachaduras em tubulações de água e gás. O maior prejuízo relatado foi o rompimento de uma adutora em San Dimas, perto de Chino Hills, o que inundou um cruzamento.
A brasileira Giovana Toledo, 32 anos, disse que estava na Universidade da Califórnia em Irvine (UCI), a 80 km de Los Angeles, quando sentiu o tremor:
Fiquei apavorada e saí correndo do prédio. Achei que fosse uma reforma. Quando vi que o tremor não parava, corri para o estacionamento. Mas muita gente continuou estudando.
'Big One'
De acordo com o Serviço Geológico dos EUA (USGS, na sigla em inglês), o tremor foi avaliado inicialmente em 5,6 graus, mas depois retificou para 5,8 graus e, finalmente, para 5,4 graus. O terremoto é considerado moderado. Cerca de 500 tremores deste tipo podem acontecer no mundo todos os anos. Mas um tão grande assim não acontecia na segunda cidade mais populosa dos EUA desde 1994.
O Estado da Califórnia, situado sobre falhas tectônicas entre elas a de San Andreas, uma das mais ativas do mundo vive sob o temor do Big One sismo devastador previsto para ocorrer justamente sobre esta falha.
Cientistas estimam que há 70% de riscos de que o Big One possa acontecer nos próximos 30 anos. Especialistas afirmam que a linha de falhas na região provoca um tremor de grande intensidade uma vez a cada 150 anos. A última grande tragédia ocorreu em 1857.
Em janeiro de 1994, um tremor de magnitude de 6,7 graus em Northridge, perto de Chatsworth, causou a morte de 72 pessoas e deixou 10 mil feridos.