REUTERS
PEQUIM - Milhares de chineses escapam para as montanhas neste sábado, temendo que um lago formado no epicentro do terremoto desta semana rompa suas barreiras.
O nível da água no lago estava aumentando rapidamente em Beichuan e a água 'pode romper a barreira a qualquer momento', anunciou a agência oficial de notícias Xinhua. O lago foi formado depois que tremores secundários bloquearam um rio.
Uma autoridade paramilitar disse à Reuters que a probabilidade de o lago romper a barreira era 'extremamente alta'.
Uma testemunha disse pelo telefone que os militares estavam retirando toda a população de Beichuan, incluindo o pessoal de resgate.
Um jornalista da Reuters escapou de uma área próxima da Escola Secundária de Beichuan, visitada pelo presidente Hu Jintao na sexta-feira. Soldados fizeram um anúncio pelo rádio avisando para todos saírem da área, e havia muita poeira no ar. Os soldados estavam saindo rapidamente.
A China acha que o número de mortos no terremoto, de 7,9 pontos de magnitude, pode passar de 50 mil. Cerca de 4,8 milhões de pessoas perderam suas casas e os dias para o resgate de sobreviventes estão contados.
O porta-voz ministerial Guo Weimin, fazendo uma pausa para se recompor ao ler o relatório de vítimas em uma entrevista à imprensa, informou que o número de mortos no momento está em 28.881.
O vice-governador de Sichuan, Li Chengyun, disse que mais de 188 mil pessoas ficaram feridas e cerca de 10.600 pessoas continuam presas sob os destroços. Cerca de 2,6 milhões de barracas são necessárias para abrigar os refugiados, disse ele.
Um canal de TV a cabo de Hong Kong informou que cerca de 1,2 milhão de pessoas também estavam sendo retiradas de Qingchuan, 90 km a nordeste de Beichuan, com a elevação das águas ameaçando romper barreiras de lagos.
A apreensão com a segurança de represas e reservatórios danificados na província de Seichuan é crescente. Seichuan está localizada em uma região montanhosa e ocupa uma área do tamanho da Espanha.
Foram encontrados muitos sobreviventes, incluindo um turista alemão que foi retirado de destroços em Wenchuan, depois de ficar soterrado por 114 horas, informou a Xinhua.