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WASHINGTON - Os católicos brancos se tornaram uma base eleitoral importante para Hillary Clinton, e ela precisará de votações expressivas nesse grupo para ser nomeada candidata do Partido Democrata para disputar a Presidência dos EUA, segundo análise apresentada na segunda-feira em uma conferência sobre religião e política.
William Galston, da Brookings Institution, apresentou um dos retratos mais completos já feitos até agora a respeito do voto católico na eleição primária de abril na Pensilvânia, vencida por Hillary.
- Os católicos emergiram ao longo dessa temporada de primárias como uma parte da base de Clinton que ela não só tem de ganhar como tem de ganhar com forte maioria - disse.
Cerca de um quarto dos norte-americanos se dizem católicos.De acordo com Galston, em Indiana, Estado que vota na terça-feira, há menor presença de católicos do que na média nacional, mas ainda assim eles são 18% da população --e provavelmente uma parcela ainda maior entre os eleitores da primária democrata.
- Então, ir bem entre os católicos lhe dará uma vantagem sobre o senador Barack Obama em Indiana - disse ele à Reuters após apresentar sua análise na conferência chamada 'O ngulo da Fé', promovida pelo Fórum Pew de Religião e Vida Pública em Key West, na Flórida.
Na Carolina do Norte, que também vota na terça-feira, a presença católica cai para cerca de 9 por cento da população, de modo que esse grupo dificilmente vai garantir uma vitória a Hillary no Estado --onde as pesquisas indicam favoritismo de Obama.
Na votação de 22 de abril na Pensilvânia, Hillary venceu por 55-45%. Mas, segundo dados colhidos por Galston nas pesquisas de boca-de-urna, entre os católicos a margem em favor dela foi de 72-28%.
O desempenho de Hillary entre os católicos superou em 13 pontos percentuais a votação que ela obteve entre os protestantes.
Galston disse que, em comparação com os protestantes brancos, os católicos tendem a ser um pouco mais velhos, com menos educação e menos renda, mas são diferenças que 'não são grandes o suficiente para explicar o resultado geral'.
Ele sugeriu que há várias razões para explicar a preferência dos católicos por Hillary, como a dedicação dela a questões sociais ou a tradição cultural que vincula a liderança a idade (a senadora é mais velha do que seu rival).