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Popularidade de Sarkozy bate recorde negativo

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REUTERS

PARIS - Os índices de aprovação ao presidente da França, Nicolas Sarkozy, atingiram seu menor patamar em abril devido aos problemas econômicos enfrentados pelo país e aos planos do governo para cortar gastos, afirmou na segunda-feira uma pesquisa do instituto BVA.

Os números divulgados pela revista L''Express mostraram que 64 por cento das pessoas tinham uma opinião desfavorável a respeito do presidente, no cargo há um ano. A cifra ficou nove pontos percentuais acima da registrada em março.

Segundo o BVA, tal índice de rejeição é o pior desde que o instituto começou a realizar pesquisas do tipo, em 1981.

Apenas 32 por cento dos entrevistados manifestaram uma opinião positiva a respeito de Sarkozy (oito pontos percentuais a menos do que um mês atrás).

O BVA disse que os antecessores do atual presidente, Jacques Chirac e François Mitterrand, viram sua popularidade cair para 31 por cento durante seus mandatos, mas nenhum dos dois registrou um índice de rejeição tão alto.

"Essa perda de popularidade explica-se principalmente devido à queda brutal da quantidade de simpatizantes dele na direita, em especial de simpatizantes do partido UMP (de Sarkozy)", disse Jerome Sainte-Marie, analista do instituto.

A pesquisa foi realizada na semana passada, pouco antes de o presidente ter concedido uma entrevista na TV de 90 minutos, no horário nobre, para explicar seu programa de reforma e pedir desculpas pelos erros cometidos recentemente.

Uma enquete realizada pouco depois do programa disse que 51 por cento dos telespectadores não se deixaram convencer pela atuação de Sarkozy.

O líder francês deu início a seu governo em maio passado com bons índices de popularidade. Mas a aprovação ao dirigente caiu 25 pontos em apenas oito meses, prejudicada pela insatisfação dos eleitores com sua turbulenta vida particular e com os problemas enfrentados pela economia do país.

Em março, a taxa de inflação da França deu seu maior salto da última década, alimentada pelo aumento dos preços de combustíveis, produtos alimentícios e roupas.

Em um esforço para melhorar as finanças do governo e diminuir o déficit público, Sarkozy determinou que apenas 50 por cento dos funcionários públicos sejam substituídos ao se aposentarem nos próximos anos.

A ordem provocou uma onda de manifestações de rua realizadas por estudantes preocupados com a futura carência de mão-de-obra no sistema educacional, manifestações que podem "cristalizar a insatisfação geral dos franceses nas próximas semanas", segundo o BVA.