Agência AFP
ROMA - O novo parlamento da Itália, eleito nos dias 13 e 14 de abril, começará seus trabalhos nesta terça-feira em Roma dando início a uma nova era política marcada pelo triunfo do milionário Silvio Berlusconi e, pela primeira vez, com a ausência dos comunistas.
A folgada vitória de Berlusconi, que governará o país pela terceira vez, promete se traduzir num governo sem sobressaltos políticos, provavelmente até 2013, o que é praticamente uma exceção para um país que tem tido, em média, um governo por ano.
A estabilidade governamental constitui um passo importante para a Itália, cujo panorama político se simplificou notavelmente, já que no parlamento contará com a representação de apenas cinco partidos políticos, ao contrário dos 26 que existiam há dois anos.
- A Itália começa a se parecer com outros países europeus, com dois grandes partidos políticos, como na França e na Inglaterra. Não acredito que as coisas voltem a ser como antes - assegurou o editorialista Ernesto Galli della Loggia.
Berlusconi e seu partido político, o Povo da Liberdade (PdL), junto com o populista e xenófobo Liga Norte de Umberto Bossi, representam claramente a maioria política e social.
Sete entre dez italianos votaram no PdL e na nova formação de centro-esquerda Partido Democrático (PD), liderado por Walter Veltroni.
Os italianos castigaram duramente os partidos mais radicais de esquerda, formados por comunistas e verdes, que desapareceram do novo parlamento.
Pela primeira vez desde a criação da República italiana em 1948 o parlamento não contará com a presença de comunistas, outrora o maior partido comunista do Ocidente.
Em 1976 o então Partido Comunista Italiano obteve 34,4% dos votos, um de seus melhores resultados. Em 2008, após uma longa e complexa jornada política, se converteu no PD, um partido reformista, com 33% dos votos.
Alguns dos herdeiros, como o Partido da Refundação Comunista e o Partido dos Comunistas Italianos, aliados aos Verdes, alcançaram somente 3% dos votos nas últimas eleições, sem obter os 4% necessários para entrar na Câmara de Deputados ou no Senado.