Agência AFP
PARIS - O chanceler francês, Bernard Kouchner, chega nesta segunda-feira a Bogotá numa viagem que o levará também à Venezuela e ao Equador, para tentar romper o ceticismo em torno de novas possibilidades de libertação dos reféns em poder das Forças Revolucionárias da Colômbia (Farc), entre eles a franco-colombiana Ingrid Betancourt.
O chanceler francês se reunirá com o presidente Álvaro Uribe, que já avisou ser contra a participação como mediador das negociações com as Farc do presidente Hugo Chávez, da Venezuela, que teve suas atividades de intermediário interrompidas em novembro passado.
O presidente colombiano indicou que através de seu comissário para a paz, Luis Carlos Restrepo, comunicou a Kouchner "que nos encontraremos com muito prazer, mas não posso promoter nada além disso".
O presidente francês, Nicolas Sarkozy aprova a presença de Chávez nas negociações e espera que ele "siga comprometido" com a libertação dos reféns.
A visita de Kouchner acontece um mês depois do envio de um avião francês com equipamento médico para atender Betancourt e outros reféns na selva, o que foi considerado "improcedente" pelas Farc.
No entanto, a situação se complica. O próprio Chávez, que mediou a libertação de seis reféns sob o poder das Farc em fevereiro, declarou no último domingo que perdeu os contatos que mantinha com a guerrilha.
As Farc ainda mantêm em seu poder 39 reféns que pretendem negociar em troca de 500 rebeldes da guerrilha detidos em prisões colombianas.
Como condição de negociação, a guerrilha exige que por 45 dias duas regiões do sudeste do país sejam desmilitarizadas, além da libertação dos rebeldes.
Kouchner também tratará da relação diplomática entre Equador e Colômbia, estremecidas desde uma incursão colombiana em março passado em território equatoriano que capturou e matou o número dois das Farc, Raúl Reyes.