Agência EFE
NOVA YORK - A falta de alimentos ameaça como um 'tsunami silencioso' afundar na fome cem milhões de pessoas, denunciou hoje em Londres o Programa Mundial de Alimentos (PMA) das Nações Unidas.
- A insegurança alimentar não representa apenas uma ameaça para a fome, mas também para a paz e a segurança - declarou a chefe do PMA, Josette Sheeran, em entrevista coletiva em Londres, onde hoje participa de uma reunião de especialistas convocada pelo primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, para analisar esta crise.
Uma crise que o PMA não hesita em definir como o maior desafio que enfrenta em seus 45 anos de história e que, como explicou Sheeran, afeta o trabalho desta agência da ONU de duas formas: encarecendo e, portanto, reduzindo a ajuda que pode prestar e a obrigando a congelar alguns programas.
Desta forma o PMA, com as mesmas contribuições que em junho passado, agora pode proporcionar 40% a menos de ajuda, pois alimentos como arroz, trigo e milho praticamente dobraram seu preço nos últimos meses.
Após este aumento foram encontrados fatores como a alta do preço do petróleo, o boom dos biocombustíveis, o aumento da demanda nos países em desenvolvimento e a mudança climática, que causa mais inundações e secas.
O PMA, que previa para 2008 um orçamento de US$ 2,9 bilhões para prestar socorro a mais de 70 milhões de pessoas em cerca de 80 países, já fez em fevereiro passado um pedido de emergência de US$ 500 milhões a seus doadores para manter seus projetos diante das últimas altas dos preços da comida.