Agência EFE
CAIRO - As autoridades egípcias libertaram nesta segunda-feira, 105 membros dos Irmãos Muçulmanos que foram detidos antes das eleições municipais de 8 de abril, boicotadas por esta organização, que denunciou assédio governamental. Todos eles se encontravam sob detenção nas províncias de Al-Buhera, no Delta do Nilo, e Al-Fayum, ao sul do Cairo, segundo a site dos Irmãos Muçulmanos.
O tribunal penal de Damanhur, na província de Al-Buhera, decidiu colocar nesta segunda-feira em liberdade, 96 membros dos Irmãos Muçulmanos que foram detidos por sua participação em uma manifestação antigovernamental no dia 1º de abril deste ano. O protesto foi convocado contra a campanha de detenções lançada pelo Governo de Hosni Mubarak para evitar que os Irmãos Muçulmanos se apresentassem às eleições locais.
Por outra parte, a promotoria da localidade de Bandar, na província de Al-Fayum, pôs nesta segunda-feira em liberdade, nove membros dos Irmãos Muçulmanos que se apresentaram como candidatos às eleições e que foram detidos antes da realização do pleito. Em Al-Fayum permanecem na prisão sete pessoas detidas pelas forças de segurança egípcias antes das eleições, segundo informa a organização na internet.
Um total de mil membros dos Irmãos Muçulmanos foram detidos nas semanas anteriores às eleições, segundo denunciou reiteradamente este grupo que acabou convocando o boicote depois que apenas 20 dos 10 mil candidatos que previam apresentar ao pleito puderam se registrar nas listas eleitorais.
A organização dos Irmãos Muçulmanos foi ilegalizada no ano de 1954, mas atualmente é tolerada e nas eleições parlamentares anteriores conseguiu um quinto das cadeiras do Parlamento, nas quais participou com candidatos independentes.