Agência EFE
ROMA - A próxima audiência do julgamento sobre as irregularidades na compra e venda de direitos televisivos do grupo Mediaset foi adiada para 21 de abril, depois das eleições gerais, já que o principal acusado é o candidato a chefe do Governo e líder do Povo da Liberdade, Silvio Berlusconi.
Os juízes acolheram assim a solicitação dos advogados do magnata da televisão e principal acusado, Piero Longo e Niccolò Ghedini, de suspender o julgamento até depois das eleições gerais de 13 e 14 de abril.
O tribunal decidiu não contar estes dias de suspensão para que não tenham influência em uma possível prescrição das penas.
O processo, no qual são acusados outros dirigentes do grupo, se ocupa da compra e venda dos direitos de transmissão de filmes americanos por parte da Mediaset, no valor de 470 milhões de euros, e em torno das quais foram criadas várias transações das quais supostamente participaram empresas registradas em paraísos fiscais a serviço de Berlusconi.
A Promotoria suspeita que na operação se aumentou artificialmente o preço real dos direitos e foram desviados a contas no exterior cerca de 280 milhões de euros, com uma evasão fiscal de cerca de 170 milhões de euros entre 1994 e 1996.
Durante o julgamento, a Promotoria apresentou novas acusações contra Berlusconi por suposta falsidade no balanço financeiro de 2000 do grupo televisivo.
O empresário e líder político também é acusado em outro julgamento pelo suposto pagamento de 580 mil euros ao advogado David Mills, réu no caso, em troca de que este desse um falso testemunho em dois processos nos quais foi absolvido.