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RIO - A intenção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de promover uma reunião de líderes para fazer avançar a Rodada de Doha de livre comércio deve levá-lo a convidar o presidente francês, Nicolas Sarkozy, no encontro que terão na terça-feira, na Guiana Francesa.
Em conversas telefônicas com o premiê britânico, Gordon Brown, e com o presidente do Estados Unidos, George W. Bush, Lula defendeu a idéia da reunião de líderes para destravar questões técnicas, o que envolve a França, um dos países mais protecionistas em agricultura da Europa.
- O presidente Lula acredita que todos os líderes políticos dos principais países atores no processo devem se reunir para que seja possível avançar além das negociações técnicas. Isso inclui, também, o presidente Sarkozy - disse o porta-voz do Planalto, Marcelo Baumbach, em briefing sobre a viagem de Lula.
O impasse na Rodada de Doha se dá porque os países em desenvolvimento querem que os mais ricos reduzam seus subsídios e tarifas agrícolas, enquanto as nações desenvolvidas pedem maior abertura para seus produtos manufaturados.
- A Rodada de Doha poderá ser objeto da conversa entre Sarkozy e o presidente Lula, como já foi em outras oportunidades. E o presidente Lula pretende reiterar o seu chamado a progressos, sobretudo no campo agrícola - disse o porta-voz.
Além de Doha, Lula e Sarkozy devem tratar da questão dos reféns das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), de cooperação nuclear e de biocombustíveis. Os dois presidentes irão descerrar a maquete da ponte rodoviária sobre o rio Oiapoque, ligando a Guiana Francesa ao Amapá, que tem custo estimado de 38,6 milhões de reais a ser dividido em partes iguais.