Agência EFE
BOGOTÁ - Uma manifestação internacional sob o lema 'Não às Farc' (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) tomará as ruas de 131 cidades de todo o mundo após uma convocação feita pela internet.
Um analista de sistemas da cidade colombiana de Barranquilla, Oscar Morales Guevara, lançou a campanha 'Um milhão de vozes contra as Farc' no site de relacionamentos Facebook, conseguindo um feito inédito pela internet na Colômbia.
A cada dia, quinze novas pessoas aderiam ao grupo até ele crescer e alcançar 250 mil associados, viabilizando a organização do ato. Apesar de os organizadores rejeitarem qualquer politização da manifestação contra as Farc, a convocação não obteve a unanimidade buscada.
Ángela de Pérez, mulher de Luis Eladio Pérez, que junto com os ex-congressistas Gloria Polanco e Orlando Beltrán serão libertados pela guerrilha, confirmou que sua família não participará das passeatas, por considerarem os atos "polarizados" e "politizados".
Enquanto os partidos Social de Unidade Nacional e o Conservador, ambos fiéis ao presidente Álvaro Uribe, e o Liberal, de oposição, anunciaram que participarão da passeata, o esquerdista Pólo Democrático Alternativo (PDA) preferiu convocar outra manifestação na Praça Bolívar.
O PDA se concentrará sob o lema 'Pelo acordo humanitário: não à guerra, não ao seqüestro', manifestação aderida por sindicatos.
O protesto também encontrou outros opositores, como a comunidade indígena paez, que ganhou em 2001 o Prêmio Equatorial do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). Segundo os indígenas, o ato foi convocado unicamente contra as Farc e não contra todos os atores do conflito armado interno e suas práticas criminosas.
Os parentes dos militares e policiais reféns dos insurgentes, da Associação Colombiana de Parentes de Policiais Retidos por Grupos Guerrilheiros (Asfamipaz), preferiram assistir a um ato litúrgico na Igreja do Voto Nacional, em Bogotá, em vez de participar do protesto, disse à Agência Efe sua porta-voz, Marlene Orjuela.