Agência AFP
BOGOTÁ - A guerrilha das Farc anunciou a entrega de três seqüestrados com problemas de saúde como um novo gesto unilateral de reconhecimento ao presidente venezuelano, Hugo Chávez, às vésperas da realização de várias manifestações contra os guerrilheiros na Colômbia e em várias cidades do mundo.
- Pedimos a eles que recebam, pessoalmente ou por intermédio de delegados em território colombiano, os parlamentares Gloria Polanco, Luis Eladio Pérez e Orlando Beltrán, que libertaremos unilateralmente devido ao seu estado de saúde - indicaram as Farc em um comunicado.
Os três fazem parte de um grupo de 43 reféns que as Farc pretendem trocar por cerca de 500 guerrilheiros presos, para o qual exigem a desmilitarização de dois municípios do sudoeste colombiano, o que o governo de Alvaro Uribe rejeita.
As Farc reiteraram que a libertação é um gesto voltado para Chávez, que em novembro passado foi suspenso por Uribe da mediação das negociações para a troca humanitária.
O anúncio foi feito horas antes de uma mobilização convocada por um grupo de jovens através da internet, em protesto contra o grupo insurgente e pela libertação dos seqüestrados, que deverá ser realizada na segunda-feira em pelo menos 125 cidades do mundo e em 40 da Colômbia.
Após a divulgação do comunicado das Farc, o ministro do Interior e da Justiça, Carlos Holguín, assegurou que "a libertação dos seqüestrados está acima de qualquer outra consideração e não vamos permitir que para essa libertação haja dificuldades".
Acrescentou que até o momento Bogotá não recebeu informações de Caracas sobre as circunstâncias em que poderá ser efetuada a libertação dos reféns, e frisou que o comissário para a Paz, Luis Carlos Restrepo, será encarregado de estabelecer as condições para essa operação humanitária.