Agência EFE
BANGCOC - Soldados do Exército birmanês abusam e maltratam há dois meses os moradores de uma região onde está sendo construída - com a ajuda do Governo chinês - uma das maiores represas do país, informou hoje a revista dissidente 'The Irrawaddy'.
No reservatório, situado a 42 quilômetros de Myitkyina, a capital do Estado de Kachin, no norte de Mianmar (antiga Birmânia), trabalham cerca de 300 operários que são alvo de abusos diários por parte dos soldados.
Os militares 'fazem o que querem (...) obtêm dinheiro extorquindo os comerciantes e pegando o que querem das lojas sem pagar', disse uma testemunha.
- Também roubam comida dos campos de cultivo, além de porcos e galinhas - acrescentou.
O projeto pretende levantar uma das maiores represas do país, segundo o acordo assinado em 2006 entre as autoridades birmanesas e a companhia estatal chinesa Power Investment Corporation.
Várias ONGs denunciaram abusos sistemáticos dos direitos humanos por parte dos soldados birmaneses, que normalmente também submetem a trabalhos forçados os moradores das zonas mais pobres, e pedem a retirada imediata do país das empresas estrangeiras, cujos negócios enchem os bolsos dos altos comandantes do Exército.