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NOVA YORK - Hillary Clinton, pré-candidata à Presidência dos Estados Unidos pelo Partido Democrata, deve sugerir na sexta-feira a criação de um pacote de emergência de 70 bilhões de dólares e eventuais restituições de imposto no valor de 40 bilhões para enfrentar o que considera ser uma ameaça de recessão, disse o jornal The New York Times.
- Eu estive analisando os números mais recentes sobre o desemprego e eu realmente acredito ser imperativo que comecemos a ajudar as pessoas a enfrentarem o mercado imobiliário e que forneçamos ao país uma dose de confiança na economia - afirmou ao diário a senadora pelo Estado de Nova York.
O plano de Hillary incluiria gastar 30 bilhões de dólares com um fundo de emergência para a crise no setor imobiliário a fim de ajudar as famílias de baixa renda que não estão conseguindo pagar por suas hipotecas.
Outros 25 bilhões seriam gastos para ajudar as famílias de baixa renda a pagarem por suas contas de aquecimento neste inverno; 10 bilhões para estender o seguro desemprego dos que não conseguiram encontrar trabalho; e 5 bilhões para programas de energia alternativa.
O programa de restituição de impostos, avaliado em 40 bilhões de dólares, seria aprovado mais tarde caso a situação da economia piore.
O plano de Hillary representa o primeiro pacote específico de estímulo à economia sugerido por um pré-candidato democrata ou republicano, afirmou o jornal.
O comitê de campanha da senadora disse que Hillary anunciaria seus planos na Califórnia, na sexta-feira, às 14h15 (17h15, horário de Brasília).
A pré-candidata afirmou ao Times acreditar 'totalmente' na possibilidade de os democratas presentes no Congresso trabalharem com o presidente norte-americano, George W. Bush, para aprovarem um pacote de estímulo à economia ainda no começo deste ano.
As eleições presidenciais acontecem em novembro e o presidente eleito toma posse em janeiro de 2009.
Mas Bush disse que o pacote de estímulo estudado por seu governo se concentraria no corte de impostos e evitaria novos gastos, segundo o jornal.
O plano de emergência sugerido por Hillary aumentaria o déficit do Orçamento federal dos EUA e não seria compensado por uma elevação dos impostos ou por cortes nos gastos, disse o comitê de campanha da senadora.
Nos EUA, a contração do mercado de trabalho e um revés sofrido pelo setor manufatureiro, no mês passado, alimentaram a preocupação com a possibilidade de a economia do país estar perto de ou já estar em uma recessão.
Mas, segundo o presidente do Federal Reserve (banco central norte-americano), Ben Bernanke, o órgão apostava em um crescimento continuado da economia, ainda que pequeno.
A taxa de desemprego subiu para 5 por cento segundo dados divulgados na sexta-feira.