ASSINE
search button

Blair é criticado por lucrar agora com a Guerra do Iraque

Compartilhar

Agência EFE

LONDRES - A contratação como assessor pelo banco americano JP Morgan do ex-primeiro-ministro do Reino Unido Tony Blair por US$ 1 milhão ao ano foi criticado pela oposição conservadora e o pai de um soldado morto durante a Guerra do Iraque.

"As Forças Armadas sentirão desprezo pelo fato de que (Blair) cobre agora esse cheque (do banco) quando então mandou tão alegremente as tropas (ao Iraque) mal equipadas e em número insuficiente', denunciou o porta-voz 'tory' de Defesa, Gerlad Howarth.

O JP Morgan lidera um consórcio que poderia fazer bilhões de dólares quando a economia do Iraque se recuperar dos destroços causados pela invasão lançada pelos Estados Unidos e Grã-Bretanha, critica por sua parte o jornal 'Daily Mail'.

O banco americano foi escolhido para administrar o Banco Comercial do Iraque, que obteve bilhões de garantias comerciais oferecendo como hipoteca a futura produção de petróleo do país e que alcançará enormes lucros desses acordos, assinala o periódico.

O ex-primeiro-ministro do Reino Unido, de 54 anos, disse esta semana que acredita em obter outros postos similares de assessoria em outras companhias privadas, o que o ajudará a pagar as elevadas hipotecas por algumas casas compradas enquanto estava à frente do Governo britânico.

O pai do soldado Tom Keys, morto no Iraque em 2003, disse que se Blair tivesse a mínima 'consciência' ou 'sensibilidade', não aceitaria o já que lhe ofereceu o banco JP Morgan porque equivale a lucrar com o sangue derramado no Iraque.

O ex-primeiro-ministro foi criticado também por alguns de seus correligionários como o deputado trabalhista Des Turner, que afirmou: 'Milhões de pessoas fazem enormes sacrifícios por toda sua vida e terminam recebendo pensões ridículas enquanto ele vai cobrar em grande estilo'.

Blair se propõe escrever também suas memórias e negociou, segundo o 'Financial Times', com a editora Random House uma antecipação de US$ 10 milhões, além de continuar recebendo uma pensão anual de 64.000 libras (aproximadamente o dobro em dólares) como ex-primeiro-ministro.

Também sua esposa, Cherie Blair, advogada de profissão, especializada em direitos humanos, vai publicar suas memórias e o fará, segundo se anuncia, no editorial 'Little, Brown', em outubro próximo, coincidindo com o próximo congresso trabalhista.

A pergunta que se fazem muitos aqui é se Cherie Blair, da qual se diz que detesta o atual primeiro-ministro, Gordon Brown, se vingará dele no livro por ter praticamente forçado seu marido a deixar antes de tempo a chefia de Governo britânica.