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Morre Jorge Anaya, ex-comandante da ditadura argentina

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Agência AFP

BUENOS AIRES - O ex-comandante da Armada (Marinha de guerra), Jorge Anaya, que idealizou a Guerra das Malvinas contra a Grã-Bretanha, morreu enquanto cumpria prisão domiciliar sob a acusação de violações dos direitos humanos durante a ditadura argentina (1976-83).

Anaya, que tinha problemas cardíacos, morreu na quarta-feira aos 81 anos por causas naturais.

Ele foi um dos principais responsáveis, ao lado do general do Exército Leopoldo Galtieri, pelo desembarque de tropas argentinas nas Ilhas Malvinas em abril de 1982, na última tentativa dos ditadores de permanecer no poder.

A Guerra das Malvinas com a Grã-Bretanha durou 82 dias e terminou com a derrota das tropas argentinas e um saldo de 649 argentinos e 255 britânicos mortos em combate.

O Conselho Supremo das Forças Armadas condenou Anaya a 14 anos de prisão e o destituiu do cargo em meados dos anos 80 ao julgar sua atuação durante o conflito bélico, sentença mais tarde confirmada pela justiça federal, que reduziu a pena a 12 anos.

Porém, Anaya foi indultado en 1989 pelo ex-presidente Carlos Menem (1989-99), assim como outros ex-comandantes da ditadura.

No fim de 2006, o juiz federal Serio Torres ordenou a detenção do ex-comandante, a quem acusou de quase 250 seqüestros e torturas ocorridos na Escola de Mecânica da Armada (ESMA), prisão clandestina pela qual passaram 5.000 dissidentes, dos quais apenas uma centena sobreviveram.