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LONDRES - O marido da rainha britânica Elizabeth, acusado de estar por trás de uma conspiração para assassinar Diana, enviava cartas "cruéis" e "depreciativas" à princesa, disse nesta quinta-feira uma confidente de Diana no inquérito que apura as causas da morte dela.
Segundo a confidente, Simone Simmons, Diana também recebeu ameaças ligadas a sua campanha contra as minas terrestres e previu que seria morta pelos serviços de segurança britânicos.
- Ela tinha muito medo de que alguém a eliminasse - disse a terapeuta, que conheceu a princesa em 1993. Simmons disse no inquérito que Diana a procurava até cinco vezes por semana e que uma vez passou dez horas ao telefone com ela.
O inquérito oficial visa descobrir se existe alguma circunstância sinistra cercando as mortes de Diana e seu namorado Dodi al Fayed em Paris, em 1997, num acidente automobilístico.
O pai de Dodi, Mohamed al Fayed, alega que o casal foi assassinado por espiões britânicos a mando do príncipe Philip, marido da rainha Elizabeth e ex-sogro de Diana.
Simmons, que disse ser especializada em "cura energética" usando suas mãos para "corrigir desequilíbrios no campo energético" de seus pacientes, disse à corte que Diana lhe mostrou duas cartas "desagradáveis" recebidas de Philip.
Em audiências anteriores foram exibidas cartas datadas de 1992 de Philip a Diana que sugerem uma relação calorosa entre eles, tanto que a princesa o chama de "querido pai".
Mas, segundo a terapeuta, as duas cartas datadas de 1994 e 1995 tinham um tom muito diferente.
Simmons disse que as cartas eram "extremamente depreciativas", mas que não continham ameaças e que a família real não pensaria em fazer mal a Diana.
Ela afirmou, porém, que Diana foi ameaçada em função de sua defesa da proibição das minas terrestres e que dera a ela (Simmons) uma carta dizendo: "Se alguma coisa acontecer comigo, é o MI5/6 (os serviços de segurança) que o terá feito".