Agência EFE
CARACAS - O presidente venezuelano, Hugo Chávez, pediu hoje a cooperação do Governo colombiano e da guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) para conseguir uma troca humanitária entre reféns do grupo e guerrilheiros presos.
Chávez fez o pedido enquanto esperava pela chegada à base de Santo Domingo (Venezuela) dos helicópteros que transportavam Clara Rojas e Consuelo González de Perdomo, libertadas hoje pelas Farc.
O governante reiterou que está preparado para retomar as ações de mediação, suspensas pelo Governo colombiano em 21 de novembro.
Ao dirigir-se ao presidente colombiano, Álvaro Uribe, Chávez reiterou sua disposição para ir até a selva colombiana para negociar com o líder das Farc, conhecido como "Manuel Marulanda Vélez" e tentar chegar a um acordo para a troca dos reféns por cerca de 500 rebeldes presos.
- Presidente, me use, estou às ordens. Peço para ir a Guaviare ou Caguán. Pego um helicóptero e em três horas estou falando com Marulanda. Permita. Vamos buscar vidas - disse Chávez a Uribe.
O presidente venezuelano também se dirigiu ao líder das Farc, a quem disse ter enviado uma saudação ao falar por telefone com o comandante do grupo guerrilheiro que entregou Rojas e González.
Chávez propôs a Marulanda que abandone a luta armada e opte por um caminho político.
- Marulanda, Marulanda, um abraço bolivariano. Aqui estamos dispostos a seguir conversando pela paz. Acho que a paz é possível. Eu já estive com fuzis na mão, dando tiros neste Palácio (de Miraflores). Depois nos convencemos de que era preciso buscar o caminho da política, o caminho da paz - disse Chávez.
- Acho que, para a Colômbia, é um caminho possível. Essa é uma das coisas que gostaria de discutir pessoalmente com Marulanda. Acho que uma boa parte das Farc poderia escutar esta mensagem com boas expectativas. Formar um movimento político de esquerda na Colômbia é possível - disse o governante.