Agência EFE
SHARM EL-SHEIKH (EGITO) - O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, definiu nesta quinta-feira com os líderes dos dois países árabes que reconhecem Israel - Egito e Jordânia - posturas para a cúpula de Annapolis (EUA), marcada para o próximo dia 27.
A reunião de Abbas foi realizada na cidade litorânea de Sharm el-Sheikh, na Península do Sinai.
O presidente egípcio, Hosni Mubarak, e o rei jordaniano, Abdullah II, mostraram total sintonia com Abbas, como assegurou a jornalistas o porta-voz da Presidência egípcia, Suleiman Awad.
- Os líderes trocaram informações sobre os contatos de cada uma das partes com outros países da região, e coincidiram em apoiar a presença árabe na conferência - assinalou Awad.
Faltando cinco dias para a cúpula de paz de Annapolis, o Egito já anunciou que enviará aos EUA seu ministro de Assuntos Exteriores, e a expectativa é de que a Jordânia faça o mesmo, o que transformaria os dois países nos grandes aliados de Abbas em uma cúpula que ainda está cercada de muitas dúvidas.
Uma das dúvidas mais inquietantes é se Síria e Arábia Saudita participarão de Annapolis com uma representação de alto nível.
Embora o Egito tenha tentado até o último momento convencer ambos os países a comparecerem a Sharm el-Sheikh, estes não o fizeram, e despertaram ainda mais dúvidas sobre sua participação em Annapolis.
Segundo o analista Mohammed Amin al-Masri, próximo ao Governo egípcio, as chances de que Arábia Saudita e Síria participem da conferência são poucas, sobretudo este último país, firme aliado da facção islamita palestina Hamas que enfrenta o grupo Fatah, liderado por Abbas.
O prestigioso diário árabe internacional 'Al-Hayat' dava como certo, citando fontes sírias, que Damasco não enviará representação, ou pelo menos uma de alto nível.
No entanto, os esforços para fazer com que a conferência não fracasse continuam, como ficou provado na reunião de Sharm el-Sheikh.
Nela, tanto Abbas como os líderes dos países considerados "moderados' pelo Ocidente mostraram otimismo renovado sobre as possibilidades de que a conferência aborde as aspirações do povo palestino.
No entanto, Awad fez uma advertência: - As últimas experiências no tratamento com Israel deixam muitas dúvidas sobre sua seriedade, embora por enquanto não possamos precipitar-nos ou tirar conclusões antecipadas.
Após a reunião de hoje, Abbas se dirigiu ao Cairo, onde amanhã fará um discurso aos ministros de Assuntos Exteriores da Liga Árabe.
Após esse discurso, em um dia que prevê a realização de inúmeros debates e discussões, está previsto que os países árabes comecem a anunciar sua decisão final sobre sua participação ou não em Annapolis.