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Abaixo-assinado condena Irã por desordem no sul do Iraque

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Agência EFE

BAGDÁ - Mais de 300 mil iraquianos, entre eles 600 líderes tribais, assinaram uma petição acusando o Irã de semear a desordem no sul do Iraque, afirmou um grupo de xeques envolvido na campanha.

Os xeques mostraram à Reuters dois maços grossos de papel com as assinaturas originais.

Uma demonstração tão pública e organizada contra o Irã, país vizinho ao Iraque e xiita, é rara. A influência iraniana vinha crescendo no Iraque, especialmente no sul, de maioria xiita, desde que a invasão liderada pelos Estados Unidos derrubou Saddam Hussein, em 2003.

- Mais de 300 mil pessoas das províncias do sul condenaram a interferência do regime iraniano no Iraque e especialmente na disseminação da desordem nas províncias - disseram os xeques num comunicado.

Eles não entraram em detalhes, mas Washington e as Forças Armadas dos EUA acusam o Irã de armar, treinar e financiar milícias xiitas no Iraque. O Irã nega e atribui a violência no Iraque à invasão norte-americana.

Os xeques não quiseram se identificar, temendo represálias. Eles disseram que vários grupos vêm recolhendo as assinaturas há seis meses, por todo o sul do Iraque. Não estava claro o que eles pretendiam fazer com o abaixo-assinado.

Com a queda de Saddam Hussein, sunita e inimigo do Irã, a maioria xiita subiu ao poder no Iraque, e isso aproximou o país dos iranianos. Mas a influência da religião mais conservadora iraniana no sul do Iraque desagrada a moradores locais.

Os xiitas compõem cerca de 60 por cento da população do Iraque. "A adaga mais venenosa apunhalada em nós, os xiitas iraquianos, é a exploração vergonhosa pelo regime (iraniano) dos xiitas, para implementar seus objetivos malignos", disse o comunicado.

"Eles têm como alvo nossos interesses nacionais e começaram a planejar a divisão do Iraque e a separação das províncias do sul do país."

O Irã declara com frequência que quer lutar por um Iraque estável, e líderes políticos de Bagdá vão regularmente a Teerã.

A declaração diz que, além dos 600 líderes tribais, o abaixo-assinado foi endossado por advogados, engenheiros, médicos e professores universitários.