Agência EFE
BAGDÁ - O ministro das Relações Exteriores iraquiano, Hoshyar Zebari, mostrou temer a possibilidade de a Turquia lançar uma ofensiva mais forte no norte de seu país, devido à presença em massa de soldados turcos com tanques e armamento pesado perto da fronteira.
Em entrevista divulgada neste domingo pelo site da emissora de televisão britânica 'BBC', o ministro assegurou que um eventual ataque de Ancara contra o Curdistão iraquiano teria 'conseqüências desastrosas' para a estabilidade dos dois países e o conjunto da região.
Zebari acusou a Turquia de não mostrar interesse pelas propostas apresentadas pela delegação iraquiana na capital turca rumo a uma solução para o problema, além de dizer que Ancara não quer buscar uma saída pacífica para o conflito.
O Governo turco obteve no último dia 17 autorização do Parlamento para lançar uma ofensiva militar no norte iraquiano com o objetivo de atacar as bases do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).
Além disso, garantiu que Bagdá não pode entregar os dirigentes do PKK, condição imposta por Ancara ao Governo iraquiano para evitar uma intervenção militar.
- De fato, não estão sob nosso controle. (Os dirigentes do PKK) estão armados e nas montanhas - disse Zebari.
Segundo a agência de notícias privada turca 'Dogan', que cita como fonte o alto comando militar turco, 150 mil soldados de Ancara foram deslocados para a área fronteiriça.
A fonte acrescentou que o Exército turco encerrou os preparativos para fazer uma incursão militar no norte do Iraque.
O PKK iniciou sua luta armada contra o Exército turco em 1984 com o objetivo de reivindicar mais direitos para os 12 milhões de curdos que vivem na Turquia.