Agência JB
GARHI KHUDA BAKSH, PAQUISTÃO - Milhares de correligionários saudaram a ex-primeira-ministra Benazir Bhutto no sábado, quando ela visitou sua terra natal no sul do Paquistão, dias depois de sofrer uma tentativa de assassinato que deixou 139 mortos.
Com as palavras-de-ordem "Vida Longa à Bhutto", cerca de 4.000 correligionários do Partido do Povo do Paquistão (PPP) receberam Bhutto quando ela chegou em um veículo blindado no grande mausoléu de seu pai na antiga vila de Garhi Khuda Baksh, perto da cidade de Larkana, na província Sindh.
Ao lado de seu secretário, Bhutto -que voltou ao Paquistão na semana passada, depois de oito anos de auto-exílio - acenou para a multidão, que se manteve afastada do carro, protegido por guardas portando fuzis AK-47.
Bhutto depositou um xale com inscrições de versos islâmicos e jogou pétalas de rosas no túmulo de seu pai. Zulfikar Ali Bhutto, o primeiro premiê paquistanês eleito por voto direto, sofreu um golpe militar em 1977 e foi enforcado em seguida.
Bhutto sentou-se junto ao túmulo e recitou versos do alcorão.
- Estou muito emocionada. Queria visitar o túmulo de meu pai, o líder do povo, e oferecer orações - disse Bhutto a jornalistas depois da visita, antes de ir à casa de sua família, sempre acompanhada de paramilitares, alguns deles em jipes com metralhadoras.
- Ainda há perigo de ataques, mas Alá pode proteger a todos e não tenho medo dessas pessoas (os militantes) - acrescentou ela, dizendo que agora sente-se melhor quanto a sua segurança. - Foi um ataque contra mim, contra a liderança do Partido do Povo do Paquistão e contra a democracia.
Centenas de policiais e soldados paramilitares foram enviados para o aeroporto de Sukkur para a primeira viagem doméstica de Bhutto desde sua volta ao Paquistão na semana passada, que foi marcada pelo ataque. Bhutto havia saído do país para evitar processos em que era acusada de corrupção.