Agência AFP
JERUSALÉM - Israel ordenou a desapropriação de 110 hectares de terras perto de Jerusalém, o que faz os palestinos temerem a reativação de um projeto destinado a unir a colônia de Maale Adumim com a Cidade Santa, informaram nesta terça-feira fontes palestinas e israelenses.
As ordens de confisco emitidas no fim de setembro se referem a 110 hectares distribuídos nas localidades palestinas de Abu Dis, Al Sawahreh Al Sharqiyeh, Nabi Mussa e Al Jan Al Ahmar, informou Hassan Abed Rabbo, diretor-geral para a região de Jerusalém no ministério palestino de Coletividades Locais.
Segundo ele, estas desapropriações estão destinadas a "criar um bloco de colônias" que unirão Maale Adumim com os assentamentos próximos de Mishor Adumim e Kedar, "impedindo toda a continuidade territorial palestina com o Vale do Jordão".
- Eles usurpam dezenas de hectares de terras da Cisjordânia em benefício de seu projeto de colonização chamado ''Grande Jerusalém'', que inclui Maale Adumim - acrescentou.
Nas ordens de desapropriação entregues aos proprietários dessas terras, o exército israelense menciona "fins militares e medidas destinadas a impedir atos terroristas" para justificar os confiscos.
Segundo o jornal Haaretz, as terras confiscadas serão utilizadas para construir uma nova rota entre Jerusalém e Jericó.
O exército israelense confirmou a desapropriação de terras palestinas.
Seu porta-voz afirma, em um comunicado, que esta medida responde às necessidades da construção de uma estrada que unirá o sul da Cisjordânia com Jericó e o Vale do Jordão "para melhorar a qualidade de vida dos palestinos".