REUTERS
WASHINGTON - Hackers invadiram o site da Organização das Nações Unidas (ONU) no fim de semana, o que na segunda-feira obrigou a entidade a parar de divulgar novas informações pela Internet enquanto técnicos avaliam o sistema, segundo funcionários.
Na madrugada de domingo, os hackers desfiguraram páginas do site oficial reservadas ao secretário-geral Ban Ki-moon com slogans acusando Israel e os EUA de matarem crianças.
A ONU rapidamente retirou essas mensagens, mas na segunda-feira parou de atualizar o site enquanto o sistema era avaliado, segundo Michele Montas, porta-voz de Ban.
Ela disse que, além do site principal da ONU, foram atacadas também páginas do Conselho Econômico e Social e do Programa Ambiental da ONU.
A porta-voz disse que a ONU está investigando o caso e que "uma rápida ação foi tomada para evitar danos ao sistema de informática". Ela acrescentou que informações financeiras não foram afetadas.
Na página do secretário-geral, havia uma mensagem que ficava sendo repetida, num inglês cheio de corruptelas.
- Hackeado por kerem125 M0sted e GSy este é um cyber-protesto, ei, Israel e EUA, não matem crianças e outras pessoas, paz para sempre, chega de guerra - dizia o texto na tela, reproduzida em vários blogs.
Um dos três hackers dizia ser turco.
- Os perpetradores parecem ter usado uma técnica bem conhecida e altamente evitável, chamada injeção de SQL, que tira vantagem de uma programação errada no banco de dados para ativar linhas de código maliciosas - disse a Cnet, empresa especializada na edição de softwares, em seu site.
Segundo Montas, as páginas do secretário-geral e de notícias (https://www.UN.org/news) foram restituídas em poucas horas.
Em email ao site news.com, da Cnet, o programador italiano Giorgio Maone, que já trabalhou na ONU, diz que os funcionários da entidade "acabam de lançar um remendo cosmético, que esconde (a vulnerabilidade) dos testes mais óbvios, mas não pode evitar um ataque". O italiano ofereceu ajuda à ONU.
No site www.M0sted.org há uma lista de sites supostamente hackeados pelo grupo, o que inclui os sites das universidades Harvard (EUA) e Norfolk (Grã-Bretanha) e do Hospital Universitário de Norwich (Grã-Bretanha), segundo o Cnet.