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PARIS - Caprichosa, arrogante ou simplesmente azarada? A ausência da primeira-dama francesa em um almoço com o presidente dos EUA, George W. Bush, voltou a gerar polêmica em torno da personalidade de Cecília Sarkozy.
O presidente Nicolas Sarkozy chegou surpreendentemente só no encontro informal de sábado na propriedade familiar de Bush no Maine, perto da luxuosa residência à beira de um lago onde o líder francês e a mulher passam férias.
Sarkozy disse que Cecília tinha uma forte dor de garganta, mas na sexta e no domingo ela foi vista fazendo compras com amigas.
- Cecília estabeleceu um novo recorde de recuperação rápida - ironizou secamente um locutor na segunda-feira na rádio France Inter.
Há poucas semanas, Cecília fizera uma estréia espetacular no cenário internacional quando aparentemente ajudou a mediar a libertação de enfermeiras búlgaras detidas na Líbia sob acusação de difundir o vírus da Aids.
- A cada dia que passa, o mistério se aprofunda: quem é Cecília Sarkozy? - escreveu o jornal regional Le Telegramme em sua edição de segunda-feira.
- O que quer a mulher do presidente da República? Viver sua vida como deseja, sem restrições? Nesse caso, por que aceita convites, como o que foi feito pessoalmente por Laura Bush (primeira-dama dos EUA, que segundo o jornal organizou o almoço)?
Médicos ouvidos pelos jornais disseram que de fato a dor de garganta pode passar de repente, mas não é a primeira vez que Cecília deixa o marido na mão numa hora importante.
Neste ano, ela praticamente não participou da campanha eleitoral que levou o marido à Presidência e, no segundo turno de 6 de maio, nem foi votar.
Surgiram então especulações de que o casal, que em 2005 chegou a estar separado, iria se divorciar. Mas Cecília desmentiu os fofoqueiros ao aparecer na posse do marido e roubar a cena com um lindo vestido.
Os rumores, porém, voltaram semanas depois, quando ela passou pouco mais de 24 horas na cúpula do G8 na Alemanha, que duraria três dias, e em seguida esnobou o show de 14 de julho, a data nacional da França.
- As pessoas sem dúvida nos acusam de falar demais dessas ausências - escreveu na segunda-feira outro jornal regional, o Charente Libre, sugerindo que a ausência dela no sábado quase provocou um incidente diplomático entre EUA e França.
- Mas, sem dúvida, teríamos prestado menos atenção a este episódio americano se não fosse pelo fato de que Cecília estava tão obviamente em destaque em Trípoli, a pedido do seu marido, o presidente.
A intervenção dela pelas búlgaras indicava que Cecília buscaria um papel inédito num país em que as primeiras-damas normalmente servem para ser vistas, não ouvidas.
Segundo Sarkozy, Cecília anunciará em setembro o que pretende fazer durante seu período como primeira-dama, mas ela já deixou claro que, seja como for, será algo fora do convencional.
- Não me vejo como primeira-dama, me aborrece. Não sou politicamente correta - disse ela em entrevista há dois anos.