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Começa disputa pelo controle da Constituinte do Equador

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REUTERS

QUITO - Cerca de 3.000 candidatos, de ex-guerrilheiros a empresários, começaram na segunda-feira o corpo-a-corpo eleitoral na disputa por um dos 130 lugares da Assembléia Constituinte do Equador.

A Constituinte é o eixo do plano político do presidente Rafael Correa, um nacionalista que assumiu o cargo em janeiro com a promessa de modificar o marco constitucional e instaurar o 'socialismo do século 21', erradicando as 'máfias' políticas que, segundo ele, governavam o país desde 1979.

A campanha ocorre pela primeira vez sem a contribuição de verbas privadas e de partidos.

A propaganda de rádio e TV é feita com verbas públicas, uma iniciativa de Correa para evitar a compra e venda de votos.

A criação da Constituinte foi aprovada num referendo em abril, e por isso se prevê uma folgada vitória dos aliados do governo na eleição de 30 de setembro.

- O Equador precisa de uma segunda independência. Precisamos ficar independentes da corrupção dos grupos de poder - disse recentemente o presidente equatoriano, seguidor do venezuelano Hugo Chávez.

Correa diz que, se não obtiver maioria na Constituinte, renunciará. Por outro lado, se fizer maioria, promete uma agressiva reforma política e econômica, que incluiria a dissolução do Congresso e leis para regulamentar a operação de bancos e empresas estrangeiras que extraem recursos naturais.

A esperança dos debilitados partidos tradicionais e de outros movimentos emergentes é que as propostas radicais do presidente assustem um segmento do eleitorado que, dessa forma, impediria que Correa implantasse seu modelo socialista.

Os candidatos apelam para apresentações artísticas, distribuição de camisetas, bandeiras e flores para convencer os 93 por cento de eleitores ainda indecisos, segundo pesquisa do instituto Cedatos-Gallup Internacional concluída em 31 de julho, depois de ouvir 1.892 pessoas.

- É fundamental que se escolha bem, e por isso os cidadãos têm de encontrar nas listas o melhor do pensamento equatoriano - disse o secretário da Comunidade Andina, Fredy Elhers.

Essa será a segunda Constituinte no Equador em uma década.