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Taliban desmente libertação, mas promete soltar reféns doentes

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Agência EFE

GHAZNI (AFEGANISTÃO) -

Duas reféns sul-coreanas gravemente doentes ainda estão nas mãos do Taliban, mas serão libertadas em breve, disse neste domingo um porta-voz do grupo. O mesmo porta-voz havia dito na noite de sábado que duas mulheres já haviam sido soltas e chegariam em breve à cidade de Ghazni, perto de onde elas e outros 21 voluntários de uma igreja coreana foram sequestradas pelos insurgentes há mais de três semanas.

- O conselho da liderança do Taliban decidiu libertar as duas reféns dentro de algumas horas - disse Qari Mohammad Yousuf neste domingo, a partir de um local não revelado. - Elas estão doentes, e esperamos que esta libertação reflita de maneira positiva na libertação dos nossos prisioneiros.

O Taliban já matou dois reféns e ameaçou matar os outros 21 - sendo 18 mulheres - a não ser que um número similar de prisioneiros do grupos seja solto. O governo afegão recusou-se a aceitar a exigência, dizendo que isso apenas incentivaria mais sequestros. Yousuf fez no passado declarações contraditórias, culpando problemas de comunicação com combatentes. Desta vez ele culpou a mídia pela confusão.

- Os relatos da mídia confundem. Eu disse que o nosso conselho decidiu libertá-las, não disse que foram libertadas - afirmou.

Autoridades locais e nacionais do Afeganistão dizem que não sabem nada a respeito de libertação e que as duas sul-coreanas não estão sob sua custódia.

- Não sei nada sobre libertação de reféns. Não posso mentir - disse Shereen Mangal, porta-voz do governador de Ghazni.

O governo sul-coreano recusou-se a comentar.

- Não temos comentários. Mas mantemos contato direto com o Taliban - disse uma autoridade do governo sul-coreano, que não quis ser identificada.

O governo confirmará notícias e comentará o tema quando garantir a libertação, disse. Diplomatas sul-coreanos começaram neste domingo o terceiro dia de negociações diretas com o Taliban. Mas, ao contrário dos dias anteriores, autoridades afegãs não participaram do encontro.

- As negociações continuam, ainda não terminaram - disse Mangal. - Não estamos nas negociações hoje, estamos lá apenas para dar segurança aos negociadores.