Agência EFE
CALIFÓRNIA - A maioria dos pré-candidatos democratas à Presidência dos Estados Unidos mostrou ser contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo, mas apoiou as uniões civis, durante um fórum sobre os direitos dos homossexuais, informou na última sexta-feira a imprensa americana.
Seis pré-candidatos democratas à Casa Branca responderam a perguntas diretas e polêmicas de eleitores num programa de duas horas promovido pela organização Human Rights Campaign, que defende direitos de homossexuais, transmitido na quinta-feira à noite pelo canal "Logo", de Los Angeles (Califórnia).
Segundo os organizadores do fórum, é a primeira vez que importantes pré-candidatos aparecem na televisão para se dirigir especificamente à comunidade gay americana. Entre eles estavam John Edwards, o governador do Novo México, Bill Richardson, a senadora Hillary Rodham Clinton, o ex-governador Mike Gravel, o congressista Dennis Kucinich e o senador Barack Obama.
Os outros dois pré-candidatos democratas, os senadores Joe Biden e Chris Dodd, não foram ao debate.
Todos procuraram ressaltar as diferenças entre democratas e republicanos sobre o tema. Mas tiveram que medir muito as suas palavras quando respodiam se aprovavam ou não o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Cada pré-candidato foi interrogado de maneira individual. Não houve debate.
Ao falar sobre o casamento gay, Hillary Clinton disse que prefere falar de uniões civis. "É uma postura pessoal. Deixamos claro que acreditamos na igualdade", disse a senadora por Nova York.
Obama insistiu que as uniões civis entre pessoas do mesmo sexo são equivalentes ao casamento. "A semântica pode ser importante para alguns. Mas o que me interessa é garantir que os direitos legais estejam disponíveis para todos", afirmou o senador por Illinois.
A maioria dos americanos se opõe ao reconhecimento em nível nacional dos casamentos homossexuais, que só dois democratas apóiam: Gravel e Kucinich.
Kucinich afirmou que seu apoio ao casamento gay é uma "questão de acreditar realmente na igualdade".
Todos os pré-candidatos disseram ser a favor de uma proibição federal da discriminação de homossexuais no trabalho. Eles afirmaram que revogariam a política de "silenciar" a condição sexual no alistamento nas Forças Armadas e apoiariam uma união civil estendendo os direitos matrimoniais a casais do mesmo sexo.
Edwards afirmou que se sente "confortável" entre os gays. Já Richardson pareceu hesitar diante da pergunta de por que pessoas se tornam gays ou lésbicas. "Não vejo que isto seja um tema de ciência ou definição. Eu vejo gays e lésbicas como seres humanos", disse finalmente.
Hillary defendeu a política do seu marido, Bill Clinton, quando foi presidente dos EUA. "Certamente não pudemos fazer tudo o que eu gostaria, mas houve um esforço grande e honesto", avaliou.
Para o presidente da Human Rights Campaign, Joe Solmonese, o fórum foi uma "grande noite na luta pela igualdade".
"A maioria dos pré-candidatos não apóia a igualdade do casamento entre duas pessoas do mesmo sexo", lamentou porém Solmonese.
"Ouvimos promessas sobre a união civil e a igualdade de direitos.
Assim, a razão para se opor ao casamento homossexual ficou ainda menos clara", acrescentou.