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Riad apóia conferência de paz e promete abrir embaixada em Bagdá

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Agência EFE

RIAD - O ministro de Relações Exteriores da Arábia Saudita, o príncipe Saud al-Faiçal, reafirmou nesta quarta-feira que apóia a conferência de paz no Oriente Médio convocada pelo presidente dos Estados Unidos, George W.Bush, e destacou que seu país abrirá uma embaixada no Iraque.

Em entrevista coletiva com os secretários de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, e de Defesa, Robert Gates, Faiçal defendeu a negociação para a compra de armas americanas no valor de cerca de US$ 20 bilhões.

- A Arábia Saudita se arma para se defender. O reino não é agressivo, mas todos conhecem os perigos da região. O nosso dever é ter acesso a tudo que possa proteger o nosso povo e os nossos interesses - disse o ministro.

Ele também defendeu que a polêmica do programa nuclear iraniano seja solucionada através de negociações. Na sua opinião, o Oriente Médio e o Golfo Pérsico 'devem ser livres das armas nucleares e de destruição em massa'.

Faiçal, Rice e Gates consideraram 'positivas', 'frutíferas'e "transparentes' suas conversas sobre as crises no Oriente Médio, Iraque, Líbano e Irã, assim como a segurança dos países do Golfo Pérsico, aliados dos EUA.

O príncipe viu 'pontos positivos' no discurso de Bush sobre uma conferência de paz para o Oriente Médio. Ele destacou 'um grande esforço internacional em favor da pacificação' entre os países árabes e Israel.

A conferência, insinuou, deve partir da iniciativa de paz promovida pela Arábia Saudita. A Liga Árabe oferece a Israel o reconhecimento em troca de sua retirada dos territórios ocupados em 1967.

Além disso, o chefe da diplomacia saudita defendeu que o encontro "discuta os assuntos fundamentais', numa referência ao futuro de Jerusalém e ao problema dos refugiados.

Ele também pediu que 'Israel mostre sua boa intenção e responda aos esforços com passos tangíveis e práticos, longe das manobras políticas e movimentos protocolares que só servem a fins de propaganda'.

O príncipe saudita também anunciou que o seu país 'decidiu enviar uma missão a Bagdá para estudar a abertura de uma embaixada'. Mas não quis marcar datas.

Faiçal rejeitou recentes acusações do embaixador dos EUA na ONU, Zalmay Khalil Zadeh, de que a Arábia Saudita não apóia o restabelecimento da segurança no Iraque. Ele também negou as informações sobre a entrada de terroristas no país através da fronteira.

O ministro saudita reafirmou o propósito de cooperar com o Governo de Bagdá, controlado pelos xiitas, em matéria de segurança.

- Como sinal de boa intenção, permitimos que sua seleção vencesse a nossa - brincou o chanceler, lembrando a vitória do Iraque sobre a Arábia Saudita, por 1 a 0, na final da Copa da Ásia de futebol.

Faiçal também rejeitou as acusações americanas de que o reino apóia insurgentes sunitas. A Arábia Saudita 'trata de forma igual sunitas e xiitas, e coopera com todos que trabalham pela unidade e soberania do Iraque', garantiu.

O príncipe vinculou o restabelecimento da segurança no país à "conquista da justiça social e a unidade do povo iraquiano, acima de etnias, religiões e orientações políticas'.

Com relação ao Líbano, ele defendeu uma 'solução constitucional, sem intervenções externas'.

Faiçal também considerou 'satisfatória' a cooperação com Washington na luta contra o terrorismo.

Gates, recebido ontem à noite pelo rei Abdullah bin Abdul Aziz, disse que as conversas 'abordaram os problemas do Golfo Pérsico', assim como o estabelecimento de 'uma associação mais sólida em matéria de segurança'.