Agência EFE
ARGEL - O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, vai à Argélia nos dias 6 e 7 de agosto para consolidar as relações bilaterais e buscar apoio político, num momento difícil para o Irã, afirmaram nesta quarta-feira meios políticos argelinos.
A embaixada iraniana em Argel destacou hoje que a visita também é uma reação à 'política agressiva' dos Estados Unidos. No momento, os secretários americanos de Defesa, Robert Gates, e de Estado, Condoleezza Rice, fazem uma viagem por vários países do Oriente Médio.
O Irã, afirma nesta quarta-feira o jornal argelino 'El Watan', quer demonstrar com a visita de Ahmadinejad que não está tão isolado no mundo árabe quanto os EUA imaginam.
O chefe da missão diplomática iraniana em Argel, Hussein Abdi Anibh, acrescentou nesta quarta-feira em entrevista coletiva que, na sua opinião, o programa nuclear não está na agenda de Ahmadinejad. A Argélia já manifestou publicamente que apóia o direito do Irã de fazer um uso pacífico da energia atômica, lembrou.
A primeira minuta da agenda da visita inclui incentivos às relações comerciais, uma linha aérea direta entre Argel e Teerã, e a abertura na capital argelina do primeiro banco público iraniano.
Desde o ano 2000, quando se restabeleceram as relações diplomáticas, os intercâmbios comerciais vêm crescendo mas ainda são insignificantes. Segundo as estatísticas oficiais argelinas, as trocas não superam os US$ 10 milhões anuais.
Durante anos a Argélia acusou o Irã de sustentar o terrorismo fundamentalista. Mas os dois países reforçaram as suas relações políticas, com uma forte cooperação na Opep e no Movimento dos Países Não-Alinhados.
O Ministério de Energia argelino comentou também que os dois países podem reforçar sua cooperação no setor de petróleo e gás natural.
O embaixador iraniano defendeu a idéia de uma 'Opep do gás natural'.
- Os especialistas da Rússia, Irã, Argélia, Catar e outros países estão trabalhando para definir o perfil da instituição - disse Abnih.