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Russos temem que Kremlin use lei contra oposição e críticos do Governo

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Agência EFE

MOSCOU - Mais de um terço dos russos, especificamente 38% deles, temem que o Kremlin utilize a lei sobre o extremismo para proibir críticas, amordaçar a oposição e impedir esta de participar das eleições, segundo uma pesquisa divulgada nesta terça-feira em Moscou.

Ainda segundo a sondagem, realizada pelo prestigioso centro sociológico Levada, 26% dos entrevistados acham difícil que o Governo faça isso, enquanto 36% não souberam responder, destaca uma reportagem publicada pelo jornal digital "Gazeta.ru".

Na pesquisa, 36% dos consultados também não descartaram que o Kremlin vá além e proíba qualquer forma de crítica aos governistas, extremo que descartado por 34% dos russos.

A sondagem, com uma margem de erro de até 3 pontos, foi feita em meados de julho, com 1.600 habitantes de 46 das 88 repúblicas e regiões russas.

Na semana passada, o presidente russo, Vladimir Putin, sancionou várias emendas que endurecem a legislação contra o extremismo e que, segundo defensores dos direitos humanos, podem ser utilizadas para amordaçar a oposição.

A reforma legislativa passa a considerar um agravante na execução de qualquer delito a motivação ideológica, religiosa ou racial, assim como a hostilidade a qualquer grupo social.

Além disso, no Código de Faltas Administrativas, foi incluído um artigo que estipula sanções especiais a "produção e difusão de materiais extremistas" por pessoas físicas e jurídicas.

Meios de comunicação russos denunciam que as autoridades empregam com freqüência a legislação contra o extremismo para punir jornalistas e políticos que criticam sua gestão.

O exemplo mais recente citado pela imprensa ocorreu na fábrica de automóveis AvtoVAZ. A Polícia classificou como um "chamado a ações extremistas" a convocação de uma greve por aumentos de salário.