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PEQUIM - A China disse na quarta-feira que vai fechar fábricas de alimentos pequenas ou não-regularizadas, em meio a uma onda de problemas envolvendo comidas e remédios chineses no exterior. Apesar disso, o governo defendeu a qualidade das suas exportações.
Os escândalos atingiram um nível global depois que pacientes do Panamá morreram vítimas de ingredientes perigosos em medicamentos e de que animais domésticos morreram nos Estados Unidos devido a rações contaminadas. Na América Central e em outras regiões, foram achados lotes de cremes dentais chineses contaminados.
Nota divulgada na quarta-feira pela agência de qualidade do país promete mais rigidez no controle de higiene das fábricas de alimentos e no processo de aprovação de novas drogas.
- Até 2009, o número de pequenos processadores de alimentos provavelmente vai cair em 50 por cento, e até 2012 não restarão produtores não-certificados - disse a nota. As regras iriam restringir o reaproveitamento de ingredientes, os aditivos irregulares e outras substâncias.
De acordo com a nota, a China tem mais de 448 mil fábricas de alimentos, das quais metade com certificação incompleta e um terço sem certificação nenhuma. Três quartos delas empregam menos de dez pessoas.
Wang Xinpei, porta-voz do Ministério do Comércio, disse a jornalistas que as autoridades notaram 'dúvidas e comentários' a respeito de alimentos e medicamentos chineses na imprensa internacional.
- Os problemas de vários produtos individuais não deve ser estendido à qualidade geral das exportações chinesas - disse Wang.
- Os produtos chineses são reconhecidos e aceitos pelos distribuidores e consumidores no exterior.
Wang acrescentou que a China sempre prestou atenção à qualidade das exportações e 'repetidamente pediu que exportadores chineses implementem os contratos estritamente, forneçam qualidade aos importadores e atendam aos regulamentos dos países importadores.
As exportações chinesas, disse ele, não devem ser ameaçadas pelos recentes problemas.
Na quarta-feira, o Ministério da Saúde disse que 96 pessoas morreram vítima de contaminação alimentar no primeiro semestre, aumento de mais de 10 por cento em relação ao mesmo período de 2006. Casos envolvendo alimentos com problemas são relatados quase diariamente na imprensa local.
Em 2004, pelo menos 13 bebês morreram de desnutrição na província de Anhui, no leste da China, depois de consumirem leite em pó adulterado, sem valor nutricional nenhum.
Num caso mais recente, a imprensa estatal diz que um mercado da próspera cidade de Shenzen (sul) estava sendo investigado pela suspeita de vender carne de porcos doentes e agonizantes.
Na terça-feira, a China executou um ex-diretor de segurança de alimentos e remédios que havia sido condenado por corrupção.