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Clérigo radical de Islamabad emite fatwa de morte contra Rushdie

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Agência EFE

LAHORE - Um clérigo radical da Mesquita Vermelha de Islamabad emitiu hoje uma fatwa (decreto islâmico) que exige a morte do escritor anglo-indiano Salman Rushdie, cuja recente condecoração com o título britânico de Sir desencadeou uma onda de protestos em vários países islâmicos.

Segundo a fatwa emitida por Abdul Rashid Ghazi, conhecido por seus atos de extremismo religioso, qualquer um que esteja em posição de matar Rushdie deve aproveitar a oportunidade para ganhar um posto no paraíso.

No dia 15, o autor de 'Versos Satânicos' recebeu o título de Cavaleiro do Império Britânico, homenagem que gerou protestos em Paquistão, Irã, Iraque e Egito.

O livro é considerado blasfemo e fez com que o Irã condenasse o escritor à morte, em 1989.

Na fatwa contra Rushdie, Ghazi pediu que a sentença de morte do escritor seja executada rapidamente e apoiou as polêmicas afirmações do ministro de Assuntos Religiosos paquistanês, Mohammad Ejaz-ul Haq, que justificava atentados suicidas devido ao título concedido a Rushdie.

O ministro, um fundamentalista filho do ex-líder militar paquistanês Zia ul-Haq, disse no Parlamento que, 'se alguém cometer um atentado suicida contra Rushdie para proteger a honra do profeta Maomé, seu ato seria justificado', mas estas palavras foram omitidas da transcrição oficial.

Mais tarde, Ejaz ul-Haq disse que não justificava um atentado contra Rushdie, mas explicava as causas do terrorismo.

- Se Ejaz ul-Haq está de acordo, estamos prontos para colaborar com o Governo a fim de preparar a morte de Rushdie - disse o clérigo extremista.

Ghazi e seu irmão, o mestre Aziz, encarregado da mesquita, protagonizaram várias polêmicas por suas declarações e ameaças extremistas nos últimos meses.

No começo de abril, os dois ameaçaram incentivar atentados suicidas caso o Governo não aplicasse com rigor a lei islâmica.

Recentemente, os líderes da Mesquita Vermelha emitiram outra fatwa contra a ministra de Turismo paquistanesa, Nilofar Bakhtiar, exigindo sua destituição por ter abraçado em público seu treinador de parapente.

A ministra, que no meio da polêmica apresentou uma renúncia que foi rejeitada pelo Governo, entrou com um processo em um tribunal contra os responsáveis da mesquita por terem prejudicado sua reputação e carreira política.