Agência EFE
BUENOS AIRES - O ex-presidente Carlos Menem afirmou que "sobra couro" nele para voltar a governar a Argentina, "colocá-la novamente em andamento" e repetir o "levanta e anda" que ele disse em 1989, quando chegou ao poder. Menem, presidente de 1989 a 1999, completa 77 anos em 2 de julho.
Nesta terça-feira, ele divulgou um comunicado para rejeitar pesquisas "mentirosas" que, segundo ele, tentam "lavar o cérebro dos argentinos" para as eleições presidenciais de 28 de outubro.
- Não vão me matar com difamação, injúria, calúnia de todos os dias. Como dizia um grande filósofo, o que não me mata me engrandece -, especificou.
Embora se desconheça quem será o candidato governista para as eleições, todas as pesquisas apontam que o presidente da Argentina, Néstor Kirchner, e sua mulher, a senadora Cristina Fernández, nessa ordem, são os favoritos da população.
Kirchner mantém a incógnita sobre se tentará a reeleição ou apoiará a primeira-dama. Ao mesmo tempo, seu ex-ministro da Economia Roberto Lavagna aparece como o principal rival dos governistas. Na semana passada, alguns veículos de imprensa divulgaram rumores de que Menem estuda a idéia de concorrer às eleições para governador em sua província natal, La Rioja, previstas para 19 de agosto, sem que isso signifique abandonar a candidatura presidencial.
No comunicado, o ex-presidente não esclareceu os boatos mas ressaltou que "sobra couro" para voltar a governar o país. Além disso, criticou a política de direitos humanos de Kirchner e rejeitou a reabertura de processos por crimes contra a humanidade cometidos pela última ditadura militar (1976-1983).
- A Argentina de hoje está sangrando por uma ferida que tínhamos fechado -, disse.
Foi uma referência aos indultos que ele decretou em 1991 a favor de militares que participaram da ditadura, torturadores e antigos chefes da guerrilha de esquerda que agiu no país nos anos 1970.